Mais bilionários recorrem aos criptoativos por medo da inflação das moedas fiduciárias

O número de bilionários que investiram em criptoativos aumentou no ano passado, e essa tendência pode continuar em 2022, à medida que o temor sobre a fiat se intensifica.

Investidores outrora anti-criptomoedas estão cada vez mais se voltando para o Bitcoin (BTC) e seus pares como uma proteção contra a inflação das moedas fiduciárias.

Um exemplo é o bilionário húngaro Thomas Peterffy, que em uma reportagem da Bloomberg de sábado, disse que seria prudente ter 2% –3% de sua carteira em ativos criptográficos para o caso de o fiat “ir para o inferno”. Ele supostamente possui uma fortuna de US$ 25 bilhões.

A empresa de Peterffy, Interactive Brokers Group Inc., anunciou que ofereceria negociação de criptomoedas a seus clientes em meados de 2020, após o aumento da demanda pela classe de ativos. A empresa oferece atualmente Bitcoin, Ether (ETH), Litecoin (LTC) e Bitcoin Cash (BCH), mas expandirá essa seleção em mais cinco a 10 moedas este mês.

Peterffy, que detém uma quantidade não revelada de criptomoedas, disse que é possível que os ativos digitais possam colher “retornos extraordinários”, mesmo que alguns também possam chegar a zero. “Acho que pode chegar a zero, e acho que pode chegar a um milhão de dólares”, acrescentou ele antes de afirmar “Não tenho ideia”.

No início de dezembro, o bilionário previu que o Bitcoin poderia chegar a US$ 100.000 antes que os mercados começassem a recuar.

O fundador da Bridgewater Associates, Ray Dalio, é outro conhecido bilionário que revelou que seu portfólio continha Bitcoin e Ether no ano passado. Essa revelação veio poucos meses depois dele questionar as propriedades dos criptoativos como uma reserva de valor.

Ele agora mudou essa postura e vê os investimentos em criptomoedas como “dinheiro alternativo” em um mundo onde “o dinheiro é lixo”, com a inflação corroendo o poder de compra.

No final de dezembro, Dalio comentou que ficou impressionado em como criptomoedas sobreviveram antes de declarar: “Dinheiro, que a maioria dos investidores pensa ser o investimento mais seguro, é, eu acho, o pior investimento.”

O bilionário gestor de fundos de hedge Paul Tudor Jones também comprou Bitcoin no ano passado, rotulando o movimento como uma proteção contra a inflação.

Os pacotes de estímulo induzidos pela pandemia causaram turbulência econômica em todo o mundo, cujas consequências podem perdurar por décadas. Nos Estados Unidos, a inflação atingiu a alta de 6,8% em quatro décadas. Isso resultou em um aumento no Índice de Preços ao Consumidor, uma vez que os custos dos produtos diários continuam a aumentar.

Os bilionários estão vendo sinais de perigo na manipulação das moedas fiduciárias e dos bancos centrais, e estão cada vez mais se voltando para criptoativos. O ano de 2022 poderá ver mais investidores ricos se juntarem a esse grupo se a tendência continuar.

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