Moeda digital de banco central não será como criptomoeda, alerta CEO da Binance

CZ fez a declaração sobre a questão se os CBDCs substituiriam as criptomoedas, uma vez que fossem adotadas. “Eu acredito que eles vão coexistir por um tempo”, foi a sua resposta inicial. Ele então destacou que essas moedas não possuem “algumas propriedades-chave” de criptomoedas, que os seus usuários valorizam.

Propriedades ausentes em CBDCs

Primeiramente, CZ mencionou que os CBDCs não serão “sem permissão”. Apesar de utilizar a tecnologia blockchain de forma viável, o fato de os bancos centrais serem os emissores dessas moedas provavelmente impedirá que estas sejam descentralizadas.

Outro aspecto que o CEO da Binance disse que provavelmente não terá é uma oferta limitada. Para conter as tendências inflacionárias das moedas tradicionais, muitas criptomoedas têm um limite para a quantidade que será produzida. Por exemplo, o limite de produção total de Bitcoin (BTC) é de 21 milhões. Como os CBDCs estão destinados a ser mais um instrumento de política monetária, os bancos centrais os emitirão como entenderem, provavelmente sem limites em sua emissão.

Além disso, como instrumentos dos bancos centrais, os CBDCs “terão bastante vigilância e controle vinculados a eles”, disse CZ. A capacidade de negociar livremente sempre foi um recurso atraente para os usuários de criptomoedas. Nesse sentido, ele observa:

“Então, embora eles sejam mais propensos a usar a tecnologia blockchain; eles terão criptografia, eles terão chaves privadas, chaves públicas, blocos que formam a cadeia. ”

As “propriedades essenciais com as quais os usuários se preocupam” que faltam nos CBDCs manterão as criptomoedas, mesmo depois da emissão das moedas digitais dos governos.

Diferentes tipos de CBDC

Embora CZ não tenha feito essa distinção na entrevista, um estudo recente detalhou diferentes formas de moedas digitais de bancos centrais. A maioria das discussões em torno de CBDCs refere-se ao que o estudo descreve como moedas de atacado. As instituições financeiras, como os bancos centrais, os usarão principalmente para pagamentos interbancários e processos de liquidação financeira.

Os países com sistemas interbancários e mercados de capitais mais desenvolvidos estão desenvolvendo CBDCs de atacado, como o Reino Unido e o Japão.

Já os CBDCs de varejo são destinados mais como dinheiro digital para uso comercial por indivíduos e empresas. Os países que os emitem estão fazendo isso mais por razões de inclusão financeira do que os objetivos listados acima. Assim, o estudo destaca que o desenvolvimento destas moedas está mais avançado em economias emergentes. Dois CBDCs de varejo já entraram em operação nas Bahamas e no Camboja.

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