Minha filha quer trabalhar em uma empresa do metaverso. É uma boa ideia?
Há poucas gerações, escolher (e explicar) uma profissão era uma missão fácil. Muitas vezes, a escolha seguia o histórico de cada família: médicos, advogados ou agricultores eram as opções óbvias.
Nas últimas décadas, entretanto, a diversificação da econômica se acelerou e novas profissões começaram a surgir. O interesse por economia e administração de empresas aumentou com as funções de varejo e atacado ganhando escala: telecomunicações, entretenimento, serviços financeiros e educação começaram a desenhar o cenário para que grandes empresas de tecnologia como Google, novos unicórnios como a Rappi e ONGs se tornassem as opções desejadas.
Desde a década de 70 as empresas iniciantes passaram a ser as grandes responsáveis pela criação de empregos. Em 2015, 414.000 startups criaram 2,5 milhões de novos empregos nos EUA e entre 2015 e 2019, o número de startups no Brasil mais que triplicou, passando de 4.151 para 12.727, um crescimento de 207%.
A gig economy, sistema de mercado livre baseado em acordos de trabalho de curto prazo entre empresas e trabalhadores independentes, já é responsável por 57,3 milhões de empregos só nos Estados Unidos. E em 2027, esse número deve chegar a 86,5 milhões.
O mercado de criptomoedas
Entre as startups, as fintechs foram as responsáveis pelo maior crescimento dos últimos anos. E um dos grandes destaques da nova economia são as novas profissões vinculadas ao setor das criptomoedas e da blockchain. Arquitetos de blockchain já figuram entre as profissões mais bem pagas e mais solicitadas de 2021. Mas uma olhada no cryptocurrencyjobs mostra que até mesmo funções não-tech relacionadas ao setor guardam grandes oportunidades.
Se sua filha escolher trabalhar como gestora de comunidade de um projeto cripto, ela pode ter uma remuneração de até R$ 70 mil por mês. Mais do que muitos donos de grandes empresas, médicos e juízes. E ela pode fazer isso de casa, da praia ou de pijama.
Mas, talvez, além de saber manter uma comunidade saudável, ela também precise saber fazer memes para conseguir esse nível de remuneração.
Atualmente, existem muitas opções dentro do mercado de criptomoedas. E à medida que Bitcoin atinge novos patamares e a indústria cripto converge com setores, tais como realidade virtual, jogos, entretenimento e games, uma nova classe de trabalhadores surgiu: os trabalhadores do metaverso.
Trabalhe no metaverso
No final de setembro, o Facebook anunciou que vai gastar US$ 50 milhões só em 2021 para construir um metaverso, definido como:
”Um conjunto de espaços virtuais onde você pode criar e explorar com outras pessoas que não estão no mesmo espaço físico que você. Você poderá sair com amigos, trabalhar, brincar, aprender, fazer compras, criar e muito mais. Não se trata necessariamente de passar mais tempo online – trata-se de tornar o tempo que você passa online mais significativo.”
Apesar da notícia impactante, os metaversos já estão sendo construídos pela comunidade cripto há alguns anos e alguns projetos já contam com quase 2 milhões de usuários. Nesse cenário, há duas ”categorias” de empregos que estão sendo geradas:
- Profissões ”tradicionais” em novos cenários: community manager do Fix, anfitrião de Cassino no Decentral Games, design de roupas digitais no Burberry, curador de artes NFTs… )
- Profissões completamente novas, criadas dentro do metaverso ( jogador de Axie, contribuir de uma DAO, capitão de naves para exploração intergalática no Star Atlas…).
Embora seja prudente considerar o riscos de lidar com qualquer inovação, com a ascensão da web3, a entrada dos nativos digitais no mercado de trabalho e a possibilidade de que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não tenham sido criadas hoje, é imprescindível considerar as oportunidades que o metaverso guarda.