Minerworld alega ter fechado centro de mineração antes de encarar a Justiça

A Justiça de Campo Grande terá mais um assunto a considerar na primeira audiência com os réus do caso da pirâmide financeira Minerworld que acontece em 24 de janeiro.

Segundo o Campo Grande News, a empresa desligou as máquinas do centro de mineração chamado Minertech, que fica no Paraguai, em 15 de dezembro do ano passado.

O motivo da desativação foi financeiro. A empresa alega que havia mais despesas do que receita. Um dos argumentos usados foi a má fase do bitcoin no mercado de criptomoedas, que foi tratado como uma “crise de bitcoins mundial”, diz a reportagem.

Para ilustrar, a defesa da ré citou um fato que virou notícia em todo o mundo em novembro do ano passado, quando máquinas que eram dedicadas à mineração foram despejadas nas ruas da China.

De acordo com o site, ao informar o desligamento dos equipamentos à Justiça, a defesa da empresa ainda argumentou sobre a falta de saldo para depósito judicial.

A insolvência deu-se em razão da “drástica redução da rentabilidade do processo de mineração, bem como os gastos operacionais e pagamento a funcionários”.

“Foi desativando, desligando funcionários, reduzindo a estrutura mínima para manter sua atividade. Em razão desse fenômeno, a gente tem a paralisação total”, disse o advogado de defesa, Rafael Echeverria Lopes.

Lopes admite que não há previsão de reativação:

“A gente depende de fatores externos, ‘não tem controle’ sobre a cotação do bitcoin, flutua conforme o mercado”, afirmou.

Minerworld no banco dos réus

No próximo dia 24, a Justiça fará audiência para rastrear contas em busca de dinheiro. A medida foi determinada pelo juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande, David de Oliveira Gomes Filho.

Serão ouvidos 16 réus acerca das empresas Minerworld, BitOfertas e Bitpago, todos acusados de crime contra a economia popular. O início da “audiência de instrução e julgamento” será às 14h.

Todos os envolvidos receberam intimação. São eles: Cícero Saad Cruz, Johnes de Carvalho Nunes e Hércules Franco Gobbi, sócios da Minerworld.

Ivan Felix de Lima, Maykon Voltaire Grisoste Barbosa, Maiko Alessandro Cunha Franceschi e Rosineide Pinto de Lima também receberam a intimação e são tratados como sendo do ‘G10’, um ‘grupo de elite’ da empresa.

Em um outro grupo intimado, consta a esposa de Gobbi, Patrícia da Silva Beraldo, os pais de Saad, Raimundo Olegário Cruz e Mirna Saad Cruz, além de Edenil Neiva das Graças, Jeová das Graças Silva e Thayane Mayara Almeida Correia.

O esquema de pirâmide financeira

A empresas investigadas se apresentavam como plataformas de criptomoedas focadas no comércio de produtos usando o bitcoin como meio de pagamento e prometiam lucros exorbitantes em cima da criptomoeda.

Em 17 de abril deste ano, a BitOfertas, a Bitpago e a MinerWorld foram alvos do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Os agentes deflagram, então, operações nas cidades de Campo Grande (MS) e São Paulo, cumprindo mandados de busca e apreensão em suas sedes.

Segundo a polícia, o esquema tinha como seus principais dirigentes Cícero Saad, Hércules Gobbi e Johnnes Carvalho, que recrutavam pessoas para fazer parte do grupo que, segundo eles, era uma mineradora de bitcoin.

A Minerworld, que no final do ano passado já recebia várias reclamações sobre pagamentos não realizados (dos lucros prometidos na pirâmide) anunciou, então, o roubo dos bitcoins que a empresa sofreu na Poloniex.

A exchange, que tem sede em Delaware (EUA), não se manifestou sobre o caso e tudo passou a ser investigado como suposta formação fraudulenta de pirâmide financeira, o que gerou o processo na Justiça do Mato Grosso do Sul.


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