Criador da Minerworld diz não ter dinheiro para pagar vítimas, mas fará casamento de luxo em São Paulo

Apesar de não ter dinheiro para pagar o prejuízo que causou a milhares de pessoas, o criador da Minerworld, Cícero Saad está organizando um casamento de luxo em um dos espaços mais famosos de São Paulo.

Segundo o Midiamax, o fato viralizou e revoltou ex-investidores no esquema fraudulento que vitimou milhares de pessoas em pelo menos nove estados do país. O Ministério Público calcula um prejuízo total de R$ 300 milhões.

O casamento está marcado para o dia 22 de junho e vai acontecer em um espaço VIP de Indianápolis, um dos bairros mais nobres da cidade de São Paulo. A noiva se chama Yslanda Maria Alves Barros, que trabalha como corretora de imóveis. Para organizar tudo, criaram até uma conta para o casamento no site iCasei.

No entanto, o que levanta suspeita pelas vítimas, é sobre quem estaria financiando um evento considerado de custo muito alto.

Até mesmo a lista de presentes surpreende para quem diz ter apenas uma motocicleta de R$ 4 mil como bem como declarou Saad à Justiça. Para completar, na primeira audiência sobre o caso, não foram encontrados nem meio Bitcoin nas 14 carteiras da empresa.

Fotos de Saad e Yslanda na Europa também começaram a circular pela internet no mesmo dia, diz o site.

Outro fato é que, em janeiro, quando houve a primeira audiência com os acusados, o advogado do fundador da Minerworld, Rafael Echeverria, disse que seu cliente estaria dependendo de ajuda financeira da família.

Convite de casamento

A notícia também ganhou repercussão porque há meses as vítimas de Saad aguardam novas informações sobre o andamento do processo, que conta um ano após a Operação Lucro Fácil.

A ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em abril do ano passado. Foi o primeiro passo para colocar a Minerworld, Cícero Saad, Johnnes Carvalho e demais envolvidos na posição de réus.

De acordo com a reportagem, alguns ex-investidores que também são réus na ação por terem integrado um grupo de elite dentro da empresa, sugeriram que Yslanda também seria uma ‘laranja’ do noivo, assim como foi sua mãe, Mirna Saad.

O que consta é que, após ser citada no processo, Mirna tentou reverter uma decisão judicial que pedia o bloqueio de um veículo de luxo avaliado em cerca de R$ 280 mil — Porsche Cayenne V6 — registrado em seu nome.

Segundo o Ministério Público, o valor do bem seria incompatível com a situação financeira da aposentada. Isso reforçou a suspeita de que Saad ocultou seus bens no nome da mãe.

Mas o caso do veículo não se encerrou. Em junho de 2018, a empresa 7 Reis Participações e Empreendimentos Eireli entrou com embargos de terceiro com pedido de liminar, alegando que teria comprado o Porsche de Mirna Saad pelo valor de R$ 220 mil.

Segundo a matéria, era justamente o período em que Mirna Saad havia sido arrolada como ré e teve bens bloqueados. O depósito referente à compra do Porsche teria, então, sido feito em uma conta em nome de Yslanda, futura esposa de Saad.

MP e Minerworld

O Ministério Público considerou que houve simulação de negócio jurídico e contribuiu para isso o fato do depósito de pagamento ter sido feito na conta bancária de Yslanda.

O pedido de desbloqueio do veículo não foi acatado pelos juízes e segue em posse da Justiça do Mato Grosso do Sul.

Sobre o casamento, a reportagem do Midiamax tentou contato com os noivos e com o advogado de Saad, mas não foi atendida em nenhuma das ligações.

Desfecho pode ficar para 2020

De acordo com o juiz do caso a ação civil pública movida pelo Ministério Público Estadual (MPMS) não deve ter desfecho antes do final de 2020, sendo um dos fatores para a possível demora é o grande volume dos autos do processo.

No entanto, David de Oliveira Gomes Filho, titular da 2ª Vara de Direitos Difusos Individuais e Coletivos Homogêneos de Campo Grande, destacou que o prazo, comparado a outros tribunais, é considerado rápido, principalmente porque a ação corre em uma vara especializada.

Discorreu, também que a ação busca analisar se o funcionamento da empresa enquadra-se ou não como pirâmide financeira, visto que os réus sempre alegaram se tratar de Marketing Multinível.

A próxima fase do processo agora depende da apresentação da defesa. Esta etapa permite que os réus solicitem produção de provas. O MPMS também disse que iria fazer uma complementação de réus no processo.


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