Mineradores precisam vender US$ 6 bilhões em Bitcoin por ano para cobrir custos, aponta relatório
Estudo da CoinMetrics traça um panorama da rede Bitcoin e analisa as diferentes pressões de venda e compra do ativo digital.
A CoinMetrics lançou recentemente a 24ª edição do relatório State of the Network, que avalia e analisa a rede do Bitcoin, seu crescimento e potencial para o futuro e descobriu que os mineradores de Bitcoin precisam vender cerca de US$ 6 bilhões em BTC por ano para cobrirem os custos com mineração.
De acordo com o relatório, embora a contagem de transações de Bitcoin não seja comparada com um indicador financeiro macroeconômico tradicional, ela pode servir como uma medida alternativa de crescimento e fornecer uma perspectiva focada em um único elemento da atividade econômica.
A contagem atual de transações, de acordo com os dados, é de 302.000 por dia, chegando a 400.000 quando que as taxas de transferência aumentam, incentivando os participantes do mercado a realizar transações por meio dos canais da segunda camada (Lightning Network).
À medida que o preço do Bitcoin aumenta, o preço dos bens e serviços denominados em Bitcoin diminui. Esse ambiente econômico deflacionário reduz o incentivo para gastar, pois manter os BTCs pode fazer com que o usuário aproveite mais bens e serviços em um momento futuro.
Diz o artigo:
“Esta é uma das principais razões pelas quais quase todos os bancos centrais do planeta têm a estabilidade de preços como seu mandato central e uma meta de inflação pequena, mas positiva, de 2% como um de seus objetivos políticos.”
Outro indicador de crescimento comumente examinado é a utilização da capacidade, que mede o grau em que a capacidade produtiva de uma economia está sendo utilizada.
Para uma nação, isso normalmente é medido através do tamanho de sua indústria. Para o Bitcoin, a CoinMetrics se baseia na utilização da capacidade do tamanho de bloco que, embora imperfeita, coloca pressão crescente no mercado de taxas do Bitcoin.
O estudo explica:
“A utilização da capacidade é importante porque o setor de manufatura é frequentemente visto como um indicador para a economia em geral. Altas taxas de utilização da capacidade também sinalizam pressões sobre salários e preços, que são considerações importantes para a resposta política de um banco central “.
A CoinMetrics também informou que o tamanho máximo do bloco foi atingido apenas duas vezes na história do Bitcoin. A utilização da capacidade atualmente é de 87%. O relatório também falou sobre a taxa de hash da rede:
“A taxa de hash aumentou de menos de 5 milhões de hashes por segundo durante seu primeiro dia de existência para uma taxa de hash atual de 90,91 milhões de trilhões de hashes por segundo”.
Segundo a CoinMetrics, o comportamento dos mineradores, como os únicos vendedores naturais no mercado, pode refletir a saúde de uma rede de criptomoedas.
De acordo com o estudo, com base nos preços atuais, as mineradoras devem vender mais de US$ 6 bilhões em BTC por ano para cobrir os custos do processo.
O artigo também mostra que a taxa de hash influência o preço do ativo digital:
“A taxa atual de hash está alinhada com as médias históricas recentes, mas diminuiu com as altas recentes, refletindo as quedas de preços. O crescimento, medido nesse intervalo, ficou negativo apenas três vezes na história do Bitcoin.”
O relatório terminou seus argumentos falando sobre a taxa de inflação do Bitcoin. Segundo o texto, a redução da inflação do Bitcoin pela metade em maio do ano que vem não é muito importante pois é previsível:
“A taxa de emissão do Bitcoin é desinteressante precisamente devido à sua previsibilidade. A emissão atual é de 3,6% e cairá para 1,8% quando a recompensa do bloco cair pela metade em maio de 2020.”
Apesar disso, analistas acreditam que o corte pela metade na recompensa dos mineradores pode afetar positivamente o preço do Bitcoin. Como publicou o Cointelegraph, um novo modelo de análise prevê o ativo digital valendo US$ 15.000 antes de maio de 2020.