Mineradora de Bitcoin compra participação em rival
A mineradora de Bitcoin Riot Platforms Inc. (RIOT) comprou uma participação de 9,25% na Bitfarms Ltd. (BITF). Agora, a empresa fez uma oferta pública de aquisição da rival canadense, que recusou uma abordagem em abril de 2024.
As preocupações da Riot sobre a governança corporativa da Bitfarms, intensificadas pelas recentes mudanças na administração, ressaltam esse movimento.
Riot quer adquirir a Bitfarms com um prêmio de 15%
A Riot apresentou uma oferta de US$ 2,30 por ação, combinando dinheiro e ações, avaliando a Bitfarms em cerca de US$ 950 milhões. Além disso, a Riot pretende reformular a governança da Bitfarms, propondo novos diretores na próxima assembleia de acionistas.
No entanto, na sexta-feira, a Bitfarms foi negociada em torno de US$ 2, o que significa que a Riot ofereceu um prêmio de apenas 15%. O consultor de Fusões e Aquisições Danny Marques, acredita que a oferta é desrespeitosa.
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“Como alguém que já prestou consultoria em negócios de fusões e aquisições, absolutamente ninguém aceitaria essa oferta, a menos que você esteja em uma situação financeira terrível, o que não é o caso aqui. A Riot está claramente tentando testar as águas e molhar o bico. Não me surpreenderia se a BITF aceitasse uma oferta na faixa de US$ 2,75 a US$ 3,00”, disse Marques.
Esse movimento estratégico é oportuno, dadas as recentes mudanças no setor cripto. O halving do Bitcoin, por exemplo, reduziu drasticamente as recompensas dos mineradores, levando a projeções de perdas significativas de receita. Ou seja, grandes entidades de mineração estão de olho em fusões e aquisições como estratégias vitais para manter a viabilidade econômica.
O CEO de outra empresa de mineração, a CleanSpark, observou recentemente que o setor poderá em breve se consolidar em torno de quatro grandes participantes: Riot, Marathon Digital, CleanSpark e Cipher Mining. Essa consolidação é vista como essencial para alavancar recursos coletivos e aumentar a eficiência operacional entre os principais mineradores.
Setor tenta recuperação
A possível integração da Riot e da Bitfarms criaria a maior mineradora de Bitcoin do mundo com base na potência e na produção projetadas de computação. Esse aumento significativo na produção de Bitcoin da Riot solidificaria sua posição ao lado de outros gigantes do setor, como a Marathon Digital Holdings Inc. e a CleanSpark Inc.
Após a notícia da possível fusão, o mercado reagiu positivamente. Na terça-feira, antes dos mercados, as ações da Bitfarms aumentaram 9,35%, sendo negociadas a US$ 2,21.
Sem mencionar que a Bitfarms está lidando ao mesmo tempo com desafios internos. A empresa recentemente demitiu seu CEO interino, Geoffrey Morphy, após seu processo contra a Bitfarms, que buscava US$ 27 milhões em danos por quebra de contrato. Essa turbulência na equipe de gerenciamento provavelmente influenciou os esforços de aquisição da Riot.
A Riot apresentou sua oferta de aquisição ao conselho da Bitfarms em 22 de abril. O conselho rejeitou a proposta sem uma discussão significativa sobre um possível acordo. De acordo com a oferta da Riot, os acionistas da Bitfarms controlariam aproximadamente 17% da empresa resultante da fusão.
“Embora há muito tempo respeitemos os negócios e a equipe de gestão da Bitfarms, estamos confiantes de que os acionistas da Bitfarms concordarão que essa proposta representa uma alternativa significativamente mais atraente para a Bitfarms do que sua trajetória autônoma”, disse o presidente executivo da Riot, Benjamin Yi.
Além disso, a Riot está agendando uma reunião especial para nomear vários novos diretores independentes após a reunião anual da Bitfarms em 31 de maio. Esse plano garante uma transição e integração perfeitas dos interesses de ambas as empresas.
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