Ações do Mercado Livre valorizam 185% e CEO da empresa diz que Bitcoin é melhor que o ouro
Avaliação do Mercado Livre chegou a passar valor de mercado da Vale em meio a grande valorização na pandemia.
O gigante latinoamericano de e-commerce Mercado Livre registrou enorme valorização em suas ações desde o começo da pandemia de coronavírus, em março de 2020, subindo 185% na bolsa americana Nasdaq.
A valorização faz do Mercado Livre uma das empresas mais valiosas dos continentes centro-americano e sul-americano, com avaliação saltando de US$ 27 bilhões para US$ 77 bilhões nos últimos 10 meses. O valor por ação passou de US$ 550 para US$ 1.700.
Além disso, o Mercado Livre ultrapassou o valor de mercado de gigantes brasileiras como a Petrobras e a Vale, figurando momentaneamente como a mais valiosa empresa da região.
Competindo com gigantes de e-commerce globais como Amazon e Alibaba, o Mercado Livre pretende expandir a atuação depois de investir R$ 10 bilhões para diminuir sua dependência dos correios. Nos últimos 3 anos, os envios pelos serviços postais tradicionais diminuíram 80%.
Como parte de sua expansão, o e-commerce também pretende começar a vender alimentos frescos e até disputar o nicho de delivery de restaurantes com empresas como Rappi e iFood, que também cresceram expressivamente em meio à pandemia na região.
De janeiro a setembro de 2020, o número de usuários do Mercado Livre dobrou, chegando a 112,5 milhões, e o volume de vendas foi de US$ 14 bilhões, crescimento de 42% com relação ao período anterior.
Stelleo Tolda, cofundador da empresa, disse ao InfoMoney que as mudanças da pandemia aceleraram em dois anos as estimativas de crescimento da empresa. Com isso, a participação do Mercado Livre no varejo brasileiro subiu para 10%:
“Esse é um movimento que veio para ficar. Olhando para outros mercados o número é próximo de 20%. Na China, onde o e-commerce tem mais penetração, está em 25%”
Além disso, a bancarização em massa também ajudou outro produto da empresa, o Mercado Pago. Foram 7 milhões de novas contas abertas para receber o auxílio emergencial. Túlio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, reconhece os problemas da população brasileira:
“Há muitos desbancarizados e sub-bancarizados no Brasil. Temos uma visão de longo prazo e sempre acreditamos nessa tese de que a tecnologia iria mudar a vida das pessoas. Essa mesma lógica nós estendemos para serviços financeiros”
“Bitcoin é melhor que o ouro”
Apesar de não adotar pagamentos em criptomoedas, o Mercado Livre parece acompanhar o criptomercado de perto.
O CEO da empresa, Marcos Galperin, respondeu a um usuário do Twitter no último domingo (10) dando sua opinião sobre o Bitcoin (BTC) e seu uso como reserva de valor. Ele também lembrou das cenas lamentáveis ocorridas no Capitólio dos EUA na última semana:
“Acho que o BTC como reserva de valor é melhor do que o ouro. Mas ele não substituirá as moedas de curso legal por conta do custo de energia necessário para processar suas transferências (a computação quântica pode mudar isso). Agora, em um mundo onde os vikings invadem o Capitólio…”
De fato, o debate entre Bitcoin e ouro deve continuar durante o ano de 2021, já que em 2020 a criptomoeda superou o tradicional metal precioso e rompeu sua correlação com outros ativos tradicionais e índices de ações.
Com gigantes de tecnologia e varejo como o PayPal adotando criptomoedas, agora resta saber se as portas serão abertas em outras companhias como o próprio Mercado Livre, que mantém sua sede na Argentina.
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