Marta, 38, pode se tornar a atleta mais velha do Brasil a ganhar ouro em Olimpíadas
A vitória da seleção brasileira sobre a Espanha nas Olimpíadas de Paris tem um gosto especial para Marta. A camisa 10 cumpriu os dois jogos de suspensão e poderá disputar a final do futebol feminino entre Brasil e Estados Unidos, neste sábado (10), às 12h, no Parque dos Príncipes. Se a seleção for campeã em Paris, Marta vai se tornar a mulher mais velha do Brasil a conquistar uma medalha de ouro.
Marta terá no sábado 38 anos, 5 meses e 22 dias. Ela vai superar em nove dias a jogadora de vôlei Fofão, que tinha 38 anos, 5 meses e 13 dias quando foi campeã das Olimpíadas de Pequim, em 2008.
A terceira campeã olímpica brasileira mais velha é Jackie Silva, que tinha 34 anos quando ganhou a medalha de ouro no vôlei de praia em 1996.
Marta também vai superar o lateral Daniel Alves, que tinha 38 anos e 3 meses quando ganhou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Tóquio, disputada em 2021, e será a personalidade do futebol brasileiro mais velha a se tornar campeã olímpica, contando homens e mulheres.
O atleta mais velho do Brasil a ganhar uma medalha de ouro foi Torben Grael: em Atenas-2004, ele tinha 44 anos quando venceu na vela.
Serginho, do vôlei, foi campeão olímpico na Rio-2016 aos 41 anos.
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Marta poderá jogar a final
A final de sábado marcará a despedida de Marta das Olimpíadas após oito participações. Ela foi duas vezes medalha de prata, em Atenas-2008 e Pequim-2008. Nas Olimpíadas de Paris, Marta jogou três partidas e ainda não marcou nenhum gol. Foi expulsa na última rodada da primeira fase após fazer uma falta violenta em uma jogadora da Espanha. A Fifa aplicou dois jogos de suspensão.
Sem Marta, a seleção brasileira jogou um futebol extremamente solidário e venceu as partidas contra a França e a Espanha, campeã mundial, e chegou à decisão das Olimpíadas. Agora, o técnico Arthur Elias terá de decidir: coloca ou não Marta para jogar a final contra os Estados Unidos?
Se o Brasil for campeão no futebol feminino, as jogadoras vão dividir o prêmio de R$ 1,05 milhão que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) oferece para as equipes com mais de sete atletas que ganharem a medalha de ouro. Se ficar com a prata, as jogadoras vão dividir R$ 630 mil.
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Os atletas mais velhos das Olimpíadas de Paris
Marta é a terceira mulher mais velha no Time Brasil em Paris, atrás de Isabel Swan, atleta da vela de 40 anos, e Nathalie Moellhausen, da esgrima, que tem 38 anos e 8 meses.
Entre os brasileiros homens, os mais velhos são os cavaleiros Rodrigo Pessoa e Rui Fonseca, de 51 anos. Também no time do hipismo estão Márcio Jorge, 49 anos, Yuri Mansur e Carlos Parro, ambos com 45 anos.
Considerando todas as mais de 200 delegações do mundo todo competindo em Paris, a atleta mais velha dessas Olimpíadas é a amazona Mary Hanna, da Austrália, de 69 anos. Ela compete no adestramento.
Entre os homens, o recordista em idade é Juan Antonio Jimenez Cobo, da Espanha, de 65 anos, também do hipismo.
Claro que os mais velhos geralmente competem em esportes de baixo impacto. Mas nem sempre.
Da África do Sul, o skatista Dallas Oberholzer competiu em olimpíadas pela segunda vez, na modalidade Park. Agora, aos 49 anos, deslizou com seu skate e seus longos cabelos grisalhos em meio a atletas até três décadas mais jovens.
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‘Velhinhos’ no pódio
Paris já consagrou diversos veteranos. O sérvio Novak Djokovic, de 37 anos, se tornou o mais velho campeão olímpico de tênis.
Cuba enviou um quarentão para a luta greco-romana. Aos 41, o lutador Mijaín Lopez Nunez saiu invicto da competição com uma medalha de ouro – seu quinto ouro olímpica consecutivo. Um feito único.
Essa edição foi sua última: em um gesto simbólico, Lopez Nunez retirou os sapatos de luta em cima do ringue, deu-lhes um beijo e os deixou ali, anunciando sua aposentadoria.
Yusuf Dikec, da Turquia, foi outro que saiu condecorado – prata na pistola de ar comprimido, na categoria equipe mista. Aos 51 anos, acumulou diversos títulos em campeonatos europeus e mundiais. Esta é sua quinta olimpíada, e sua primeira medalha dos Jogos, mostrando que nunca é tarde para uma conquista inédita.
Dikec, você sabe, virou sensação global por conta de seu estillo despojado. Enquanto a maior parte dos atiradores compete atolada em equipamentos – lentes especiais e enormes anuladores de ruído, o turco vai com uma mão na arma, a outra no bolso, nada mais do que plugs de ouvido.
“Eu não preciso de equipamento especial. Sou um atirador nato”, ele disse em uma entrevista recente. Dikec, que já integrou os quadros das forças policiais turcas, acrescentou que “o sucesso não vem da mão dentro do bolso”.
E temos LeBron James, de 39 anos e 6 meses. Se os Estados Unidos ganharem a medalha de ouro, ele se tornará o mais velho campeão olímpico da história do basquete. Para isso, o Dream Team precisa vencer a semifinal contra a Sérvia, nesta quinta-feira (8), e a final no sábado (10), contra o vencedor de França e Alemanha.
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