Mais um mantenedor do Bitcoin Core deixa posto
O desenvolvedor Samuel Dobson vai deixar seu cargo no Bitcoin Core, o grupo responsável pela manutenção do protocolo de referência que movimenta a criptomoeda.
No anúncio doTwitter, Dobson diz que a jornada de três anos foi um privilégio absoluto, agradeceu a seu patrocinador, John Pfeffer, a quem chamou de incrivelmente generoso. O mantenedor também fez um apelo para que qualquer pessoa ou empresa que se beneficie do desenvolvimento de Bitcoin de alguma forma considere apoiar um desenvolvedor financeiramente.
No comunicado, Dobson disse estar triste por deixar o cargo e justifica a saída do posto de mantenedor do Bitcoin por precisar dedicar o tempo ao final do doutorado argumentando ser a hora certa de ir.
O mantenedor da maior criptomoeda em volume de negócios e capitalização de mercado afirmou ainda esperar não ser o fim de sua jornada no desenvolvimento do Bitcoin e está ansioso para ver onde “isso vai acabar”.
Em outubro, outro mantenedor, Jonas Schnelli deixou o cargo do Bitcoin Core. O momento de ambas as renúncias coincide com o processo Kleiman x Wright, já que Schnelli renunciou poucos dias antes do início do julgamento e Dobson poucos dias após seu veredicto.
Julgamento Wright x Kleiman influenciou mantenedor
Um dos motivos que podem ter influenciado a decisão de Donbson de deixar o Bitcoin Core foi o processo bilionário Wright x Kleiman, que começou em 1º de novembro, no qual a justiça da Califórnia busca descobrir se David Kleiman – já falecido e representado pelo irmão Ira Kleiman – trabalhou junto com Craig Wight em um projeto em que teriam criado o Bitcoin em uma parceria com Satoshi Nakamoto.
Apesar do embate judicial, nenhum dos mantedores citou a recente declaração de Craig Wright que fez um alerta de que os mantenedores de código para redes de ativos digitais / blockchain são fiduciários legais e podem ser responsáveis por roubos e outras perdas que ocorram em suas redes.
Wright também enviou documentos antes da ação ameaçando entrar com novas intervenções judiciais contra os desenvolvedores do BTC, BCH, BCH-ABC. Ele quer recuperar cerca de 110.000 BTC roubados de sua empresa, a Tulip Trading, em um hack ocorrido em fevereiro de 2020.
Antes de outubro, cinco pessoas tinham autoridade para enviar um novo código para o repositório principal: Wladimir J. van der Laan, Pieter Wuille, Jonas Schnelli , Marco Falke e Samuel Dobson.
Cada um deles tem uma chave PGP que é usada para assinar commits cada vez que o código é atualizado. Isso não significa que eles são os únicos contribuindo, mas são os porteiros que conquistaram sua posição. Ainda representa um risco, caso uma das chaves se perca, mas tem um grande propósito de proteger o código e os commits até mesmo da plataforma em que está hospedado.
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