Estádio do Manchester City no metaverso representa nova tendência no futebol mundial

Desenvolvida pela Sony, versão virtual do estádio Etihad, da Premier League, deverá ser pontapé inicial para aproximação do clube com ‘fãs globais’ e novas experiências dos torcedores

Quase 160 anos após inventarem o futebol moderno, os ingleses ao que tudo indica também já deram o pontapé inicial do esporte mais popular do planeta no metaverso. É o que se pode concluir após um anúncio, no final de 2021, de uma parceria entre o Manchester City e o grupo japonês Sony Corporation para a construção de uma versão metaversa do Etihad, estádio do atual campeão da Premier League, a primeira divisão do campeonado inglês de futebol. 

Etihad Stadium no metaverso. Fonte: Imagem de Divulgação

 

Na ocasião a diretora de marketing e experiência de fãs do City Football Group (CFG), Nuria Tarre, classificou o projeto  como “empolgante que criará experiências digitais imersivas para os fãs que nunca foram vistas antes no futebol.” 

Ainda que Nuria Tarre não tenha explicitado, “as novas experiências” proporcionadas pelo City em seu estádio no metaverso deverão ser a porta de entrada para um mercado bilionário nos próximos anos, movimentado pelos grandes clubes e ligas esportivas do planeta, entre eles os do Brasil. Porque o metaverso proporciona algo que sempre foi um desafio para os grandes clubes: internacionalizar suas torcidas sem desagradar seus fãs apaixonados. 

O assunto foi abordado em uma matéria recente do Financial Times retomando uma discursão que agitou o futebol europeu no ano passado, quando grandes clubes da Inglaterra, Espanha e Itália tentaram criar a Superliga europeia. 

A proposta de um torneio internacionalizado desagradou os torcedores fervorosos, defensores das competições locais. O que foi um dos fatores de esfriamento da nova proposta, que acabou sendo esvaziada por alguns de seus principais clubes, levando a Superliga a perder a queda de braço para a Union of European Football Associations (UEFA).

Ao salientar que a visitação no estádio do Manchester no metaverso é aberta para fãs do mundo inteiro por meio de avatares, a matéria diz que a Sony fala do estádio com cautela em relação aos rumos do projeto. Isso porque, no caso de o estádio se transformar em um local de grande visitação de fãs globais do clube, o espaço do metaverso poderia esbarrar em questões mais complexas, que envolvem direitos de exibição de futebol. 

O que não muda os rumos do futebol para o metaverso, já que a humanidade estaria experimentando uma mistura entre as realidades, física e virtual. Principalmente pelo fato do potencial realístico das experiências propostas pelo metaverso,  independentes das questões físicas. 

O grau de realidade do metaverso seria o aliado perfeito para os clubes atraírem fãs do mundo inteiro para seus espaços virtuais. Além disso a tecnologia também ajudaria na formação das futuras gerações de torcedores em razão do perfil dos jovens atuais, que absorvem diversas frações de conteúdos. Característica que colocaria em desvantagem as partidas de futebol, que duram cerca de 90 minutos. 

O engajamento do Manchester City com seus fãs ao redor do mundo, proporcionado pelo estádio no metaverso, é uma tendência que se repete em outros produtos relacionados ao mercado de criptoativos. Um exemplo são os fan tokens e os tokens não fungíveis (NFTs), que prometem movimentar um mercado bilionário em 2022. 

No Brasil, por exemplo, de 2020 para cá, grandes clubes  já celebraram ou anunciaram contratos envolvendo criptomoedas como forma de aumentar a receita e o engajamento com a torcida.  Entre eles o Atlético Mineiro, o Vasco da Gama, o Flamengo, o Corinthians, o São Paulo, o Santos, o Palmeiras, o Internacional, o Cruzeiro e o Gama, de Brasília. Além da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Federação Paulista de Futebol (FPF).
 

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