Grandes petrolíferas adotam blockchain para controlar emissão de carbono e prometem ‘carbono zero’ até 2050

Produção de carbono nas petrolíferas ao redor do mundo pode ser controlada – e até zerada a longo prazo – com ajuda da tecnologia blockchain.

A tecnologia blockchain está se tornando aliada de grandes petrolíferas ao redor do mundo para controlar a emissão de carbono das empresas, como noticiou a revista Época.

O texto lembra que o impacto ambiental é o grande calcanhar de aquiles do mercado de petróleo, que segundo especialistas inevitavelmente terá que ser encerrado para evitar um colapso ambiental global no próximo século.

Para tentar compensar os danos e ganhar longevidade, as petroleiras têm recorrido à blockchain. A gigante do petróleo Equinor, da Noruega, capaz de extrair 750 mil barris de óleo por dia no pico da produção, já adota blockchain para mitigar os efeitos negativos no clima e promete zerar as emissões de carbono até 2050.

A principal plataforma da Equinor é equipada com milhares de sensores, que controlam a quantidade de petróleo fluindo nos oleodutos, a rapidez da perfuração de novos poços e a quantidade de diesel consumida instalação.

Todos os dados são enviados continuamente para a startup blockchain Data Gumbo, em Houston (EUA), que registra os dados mais importantes em uma blockchain nativa chamada de GumboNet.

O CEO da Data Gumbo, Andrew Bruce, explica no texto:

“Usamos dados de campo para confirmar transações e armazenamos esses dados na rede. Os clientes gerenciam o livro-caixa distribuído. Nenhuma parte pode alterar qualquer transação, o que fornece a confiança. Não existem duas versões da verdade.”

Ele explica que os contratos inteligentes também são parte fundamental para agilizar os processos da petroleira:

“Antigamente, demorava semanas para conciliar os pedidos com os registros, e mais semanas para que os empreiteiros recebessem o pagamento”

A rapidez e eficiência dos dados em blockchain, combinadas com o uso de contratos inteligentes, permitem à petrolífera negociar contratos mais baratos e poupar: a Equinor calcula que no primeiro ano de parceria economizou US$ 20 milhões devido à rede blockchain.

A Data Gumbo também recebeu investimentos do setor petrolífero. A startup blockchain recebeu US$ 6 milhões de investimento da Equinor, mais US$ 4 milhões da petrolífera saudita Saudi Aramco e levantou no total US$ 20 milhões. O CEO comenta:

“Temos que mostrar uma economia de custo convincente. A queda dos preços do petróleo foi boa para nós, pois mostrou que o status quo não é mais bom o suficiente. As empresas têm que reduzir despesas”

A Saudi Aramco, uma das Big Four do petróleo global, pode adotar blockchain em seus processos em breve, indicando uma tendência global para o monitoramento das emissões de carbono por grandes empresas produtoras de petróleo. Andrew Bruce conclui:

“Blockchain é a melhor fonte de dados reais e limpos. Não é baseado em estimativas, é baseado em fatos, porque todo mundo está pagando contas com isso. Assim, você pode entregar uma pontuação ESG aos investidores com clareza”

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