‘Mãe de todas as bolhas’: crash das bolsas é possível, teme CNN

Em editorial publicado nesta quarta-feira (10), a CNN americana chama a disparada recente da bolsa dos EUA como “a mãe de todas as bolhas”. Segundo o veículo, há sinais de que o FED alimentou falsas esperanças.

Depois do crash de março, quando as bolsas despencaram por conta do coronavírus, houve uma onda de recuperação. Desde o começo de abril, o S&P 500 começa um movimento de subida e, hoje, já se encontra próximo de zerar as perdas do ano.

Já a Nasdaq tocou na máxima histórica na tarde desta quarta-feira (10), avançando 0,68% para 10.022 pontos. O índice Dow Jones também subiu e, embora não tenha recuperado o patamar anterior, já chega a níveis de antes da queda brusca.

No entanto, existem sinais de que todo esse otimismo seja uma ilusão. No editorial, a CNN usa dados da Bloomberg e do Citigroup para mostrar que toda essa empolgação dos operadores pode não ter fundamento. Ou seja, a alta da bolsa pode ser, na verdade, uma gigantesca bolha especulativa.

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Similaridade com a bolha da internet

Um dos indícios é a similaridade dos gráficos das bolsas mundiais na comparação com 1999. Naquele ano, ocorreu o estouro de uma das maiores bolhas do mercado quando despencaram as ações de empresas de internet. Tobias Levkovich, do Citigroup, disse em nota a clientes no fim de semana que o cenário é parecido.

Entre as razões estaria o estímulo a altos investimentos apenas sob o receio de perder uma grande valorização lá na frente. Tanto é que, em 18 anos, o índice do Citigroup que mede a diferença entre pânico e euforia do mercado nunca esteve tão alto.

Papel do FED na subida das bolsas

A tese levantada pela CNN envolve a receptividade dos estímulos do FED e outros bancos centrais pelo mundo. Se no começo do pacote trilionário uma certa recuperação era esperada, o que veio depois teria sido demasiado otimismo.

Dados da Bloomberg mostram que a recuperação do mercado superou a quantia que os bancos centrais gastaram tentando sustentar os mercados financeiros. O valor de mercado global ganhou mais de US$ 20 trilhões desde a queda em março. Isso é quase o dobro do desembolso projetado dos bancos centrais dos EUA, Europa, Japão e Reino Unido juntos.

O mercado, portanto, estaria comprando uma recuperação que pode não se tornar realidade.

Coronavírus subestimado?

O mercado estaria também apostando demais em uma possível vacina. Além disso, ainda pairam dúvidas sobre a retomada da economia. Não se sabe, por exemplo, quanto será a queda dos PIBs globais.

Nas previsões mais otimistas, os EUA caem 6% e economias como a Itália, França e do Reino Unido despencam mais de 10%. Isso sem contar, por exemplo, com uma possível segunda onda de contágio e a volta para o lockdown. Nesse cenário, as perdas seriam ainda mais agravadas.

A CNN, em outras palavras, acredita que o mercado não estaria dando a devida atenção a essas variáveis completamente imprevisíveis. Se isso se confirmar, de fato, dificilmente outras bolhas terão sido maiores que essa.

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