Novos tempos: Valor do Bitcoin é 233% maior do que o PIB do Brasil que está em queda enquanto o BTC em alta
Com o Bitcoin (BTC) acima de US$ 50 mil seu marketcap, está acima de R$ 4.9 trilhões, ou seja, cerca de 233% maior do que o Produto Interno Bruno (PIB) do Brasil
Pegue tudo que é produzido no Brasil, seja carne, grãos, frutas ou geladeiras, carros e máquinas. Some nessa conta tudo que é movimentado de dinheiro em serviços, como transporte público, saúde e educação. Segundo o IBGE no final dessa conta, no segundo semestre deste ano, você verá na calculadora pouco mais de R$ 2.1 trilhões.
Muito dinheiro não?
Pode até ser, mas não para o mercado de criptomoedas que começou o mês de setembro imprimindo um novo movimento de alta para o Bitcoin (BTC) que elevou o valor do principal criptoativo do mercado acima de US$ 50 mil.
Com esta alta o valor total do Bitcoin, seu marketcap, está acima de R$ 4.9 trilhões, ou seja, cerca de 233% maior do que o Produto Interno Bruno (PIB) do Brasil.
Isso significa que, em tese, nem juntando tudo que é produzido no Brasil seria suficiente para comprar todos os Bitcoins criados até o momento, ou então, em um exercício de imaginação, se o Bitcoin fosse uma empresa ele conseguiria comprar, com seu marketcap, tudo é que é produzido no Brasil e ainda sobrava mais da metade do dinheiro.
Além do Bitcoin a criptomoeda Ethereum (ETH) também supera o PIB do Brasil. Graças a recente alta que levou o preço do ETH perto de US$ 4 mil, seu marketcap passou de R$ 2.3 trilhões, deixando o PIB nacional pelo menos R$ 200 bilhões para trás.
PIB em queda
O PIB divulgado recentemente pelo IBGE recuou (-0,1%) no 2º trimestre de 2021, quando comparado ao primeiro trimestre do ano deste ano. O resultado foi abaixo da mediana de expectativas do mercado (0,2%). No primeiro semestre do ano, o PIB acumula crescimento de (6,4%).
Os dados do IBGE mostram que o recuo do PIB foi puxado pela agropecuária, que teve queda de (-2,8%), seguida pela indústria (-0,2%). O setor de serviços, entretanto, cresceu (0,7%). No acumulado do ano os setores cresceram (3,3%), (10%) e (4,7%), respectivamente.
Segundo o Economista-chefe da Invest Smart, Felipe Nascimento, pela ótica da despesa, o destaque foi para redução no investimento em Formação Bruta de Capital Fixo (-3,6%). Já no setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram (9,4%), enquanto as importações contraíram (0,6%).
“As expectativas do mercado divulgadas pelo Boletim Focus apontam para um crescimento de 5,22% do PIB ao fim de 2021. Para atingir esse resultado, será necessário um crescimento de aproximadamente 1,5% no próximo semestre, em relação ao segundo semestre de 2020. O crescimento de mais 1,5% é factível frente nossas projeções”, disse.
Já de acordo com João Beck, economista e sócio da BRA, o PIB abaixo do esperado deve levar a algum corte das projeções deste ano.
“No qualitativo, chama atenção a forte contribuição negativa da queda do setor de agropecuária que sofreu pela falta de chuvas e sucessivas geadas. Como pano de fundo, destaque para os riscos hidrológicos, que têm se mostrado mais desafiadores que o antecipado pelo governo”, diz.
Mesmo com o avanço da vacinação em todo o país e reabertura econômica com a diminuição das internações pelo coronavírus, a inflação atrelada à instabilidade política e riscos fiscais ainda preocupa. O último relatório Focus do Banco Central reduziu a expectativa do mercado financeiro para o crescimento da economia em 2021 de 5,27% para 5,22%.
“Os patamares de inflação ainda incômodos, o elevado nível de desemprego e a continuação da alta da taxa de juros deverão atuar como fatores negativos para a atividade econômica no terço final do ano”, comenta Beck.
Criptomoedas em alta
Enquanto o PIB do Brasil registra baixa mesmo com analistas prevendo uma melhora até o final do ano, o mercado de criptomoedas está em uma forte tendência de alta, apontam especialistas no mercado.
Somente nos dois primeiros dias do mês o mercado de criptomoedas faturou US$ 100 bilhões. No mês o Bitcoin, por exemplo, cresceu 5% e ultrapassou novamente a marca dos US$ 50 mil – num movimento semelhante ao registrado no dia 23 de agosto, quando o BTC estava sendo negociado também acima dos 50 mil dólares.
A Cardano (ADA) subiu 2,91%, batendo sua máxima histórica ao chegar a valer US$ 3,08. E o Ether está entre os que mais teve alta (6,5%), cotado a US$ 3.965.
Conforme os especialistas da Wise&Trust, fintech americana de gestão de investimentos em ativos digitais, já haviam sinalizado, a migração dos mineradores da China não impactou negativamente no bom desempenho demonstrado pelos ativos digitais, conforme alguns especularam.
Além disso, a empresa destaca que o tom positivo nos discursos de Elon Musk, fundador da Tesla que afirmou que a Tesla, o SpaceX e ele têm bitcoins, só fez esse mercado avançar ainda mais.
“A expectativa é de que o BTC passe a valer US$ 70 mil até o fim do ano, até porque, bancos e fundos já contam com estratégias para esse setor, e há pelo menos US$ 55 bilhões em empréstimos lastreados em cripto nos cofres”, disse a empresa ao Cointelegraph.
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