Lockdown pode dar empurrão para uso de criptomoedas no Brasil
A crise do coronavírus e o começo do lockdown vêm encorajando o consumidor brasileiro a adotar pagamento digitais de maneira mais frequente. Diversas empresas do setor apontam o crescimento do número de pessoas que usam aplicativos e outros meios inteligentes para comprar. Esse movimento deverá impulsionar a adoção das criptomoedas no mercado real.
Segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, realizada em março de 2020, os brasileiros vêm se habituando a comprar pelo celular. Entre as mais de duas mil pessoas ouvidas, 10% disseram usar carteiras digitais para pagar online. Além disso, outras 35% declararam já terem usado pagamento via QR Code alguma vez.
O QR Code existe há muitos anos, mas vem sendo adotado com maior frequência em meio ao isolamento social. Farmácias vêm se adequando ao decreto que libera a telemedicina no Brasil e começam a aceitar em mais larga escala as receitas médicas em QR. É o caso, por exemplo, de um acordo recente da Memed com a Pague Menos, firmado em abril. Empresas de blockchain que atuam no ramo trilham caminho similar.
Além disso, a cultura das transmissões ao vivo de artistas na internet, conhecidas como “lives”, também ajuda nesse crescimento. Segundo a Matera, empresa que desenvolve tecnologia para empresas como AME Digital e PicPay, houve um movimento considerável de pagamentos nessas plataformas advindo das doações pedidas nos shows online.
O lockdown foi decretado nas primeiras cidades do país. Agora, há também a possibilidade de São Paulo entrar nesse regime mais severo de isolamento. A expectativa, portanto, é que a digitalização de pagamentos se intensifiquem daqui para a frente.
Como o isolamento beneficia o criptomercado
O crescimento das criptomoedas tem forte ligação com o uso do ativo no dia a dia. Bilionários como Mark Cuban, jurado do programa de TV Shark Tank, minimizam o valor do Bitcoin pela falta de utilidade no mercado real. A popularização de pagamentos digitais, que pode crescer no lockdown, tem forte influência para isso se tornar realidade.
Sistemas de pagamentos que aceitam criptomoedas dependem da adoção do QR Code. É dessa maneira, por exemplo, que máquinas da Cielo já aceitam pagamento com cripto em estabelecimentos conveniados. A modalidade está disponível desde setembro de 2019. Plataformas especializadas em criptoativos, como Kamoney e Stratum, também dependem que o usuário conheça essa forma de pagamento.
O Pix, plataforma de pagamento instantâneo do Governo, é outra que segue no mesmo caminho. O sistema já passa por testes com instituições financeiras e depende da usabilidade da transferência em QR Code para ser bem-sucedido. A previsão é de que a novidade seja disponibilizada ao público em novembro, depois do isolamento.
Até lá, brasileiros já devem estar mais acostumados a apontar a câmera do celular para um código na hora de pagar. Quem sabe, também estarão dispostos a usar Bitcoin ou outras criptomoedas como meio de troca.
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