Libra e criptomoedas ajudam Bancos Centrais a se adaptarem a nova economia, diz presidente do Banco Central do Brasil

Presidente do Banco Central do Brasil declara que ou os Bancos Centrais se atualizam ou outros o faram, destacando criptomoedas

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, declarou que o Bacen não tem uma posição oficial sobre como a instituição irá lidar com o Libra, a criptomoeda do Facebook, mas que ela, assim como as criptomoedas, ajudam as instituições financeiras centrais a se atualizarem, destacou durante a apresentação do relatório trimestral da inflação, em 27 de junho.

Segundo Campos Neto, ainda é preciso tem mais clareza sobre o status do Libra, que, segundo ele, ainda não é claro se é uma criptomoeda ou um “tokem asset”, que é como o presidente descreveu os ativos digitais que supostamente possuem um lastro.

“A diferença que eu faço é se o Libra é uma criptomoeda ou um ativo digital, um token asset, afinal este último é um ativo que tem um lastro e você emite uma forma digital dele, mas ele está sempre relacionado a um ativo, pode ser qualquer coisa inclusive o mundo está migrando muito para isso. O outro é uma criptomoeda que tem várias formas de serem criadas [não estariam atreladas a lastro], a gente já acompanhou bastante o caso do Bitcoin e não vou me alongar muito nisso”.

O presidente declarou, no entanto, que o Libra e as criptomoedas ajudam os Bancos Centrais a se atualizarem e, caso eles não se atualizarem e não tenham capacidade de oferecer e liderar o processo de transformação da economia digital, outras soluções surgiram.

“Nós não temos informação suficiente ainda sobre o Libra para tomar uma decisão o que eu acho que é importante e que os Bancos Centrais, e isso tem sido uma conversa constante nas reuniões entre os banqueiros centrais internacionais, têm que tomar a frente; têm que tomar a iniciativa de criar um processo mais moderno e mais digital porque a medida que o comercial internacional aumenta; que as pessoas tem opção de comercializar e fazer negócios em diversas partes do mundo, obviamente se os bancos centrais não oferecerem uma solução muito boa e muito rápida para este meio digital, outra soluções viram”

Campos Neto tem sido um grande defensor da tecnologia blockchain e tem ajudado a mudar a opinião do Banco Central do Brasil sobre as criptomoedas, que, na visão do ex-presidente da instituição, Ilan Goldfajn, representavam um risco a economia.

“As criptomoedas são ativos que preservam pouco valor. Eles não têm um banco central por trás garantindo a segurança daquele ativo. O bitcoin é algo arriscado e quem está investindo tem de saber disso”, advertiu Goldfajn em 2018.

Já Campos Neto, desde a sua indicação a presidência vem defendendo blockchain e criptomoedas.

“Tenho estudado e me dedicado intensamente ao desenho de como será o sistema financeiro do futuro. Participei de estudos sobre blockchain e ativos digitais. Uma das contribuições que espero trazer para o Banco Central é preparar a instituição para o mercado futuro, em que as tecnologias avançam de forma exponencial, gerando transformações mais aceleradas”, afirmou na carta que encaminhou ao Senado no ínicio do ano sobre sua indicação a presidente do BCB.

Como reportou o Cointelegraph, o Banco Central do Brasil, tornou publico recentemente seu objetivo de modernizar os procedimentos da instituição usando novas tecnologias, entre elas, blockchain. Por meio da  Agenda BC#, como foi nomeado o projeto,  o BCB busca aliar inovação tecnológica a uma agenda microeconômica da instituição. “Ela norteará o trabalho do BC durante os próximos anos e está estruturada em quatro dimensões: inclusão, competitividade, transparência e educação financeira”.

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