Com saques e depósitos pelo Pix fora do ar, saiba como funciona o P2P da Binance
Tutorial detalhado sobre como converter suas criptomoedas em real via pix, pelo P2P.
Em meio ao que parece ter se transformado em uma batalha judicial entre a exchange de criptomoedas Binance a a fintech Capitual, que prestava os serviços de saques e depósitos aos usuários da plataforma no Brasil até o último dia 16 de junho, os saques e depósitos encontraram na modalidade P2P (peer-to-peer) a única alternativa para os usuários que querem sacar das contas na exchange.
Na tradução para o português, P2P significa “ponto a ponto”, mas poderia ser “pessoa a pessoa”. O que não deixa de ser um trading porque, na prática, a negociação é uma troca entre um investidor que quer transformar suas criptomoedas em real, em sua conta bancária, e o investidor que quer transformar seus reais em criptomoedas.
A seguir, preparamos um tutorial com o passo a passo:
A primeira observação diz respeito à quantidade de criptomoedas que o investidor quer vender e o valor efetivo que ele quer que chegue em sua conta bancária, porque esses números não são necessariamente iguais apesar de a Binance não cobrar taxa. Isso porque o P2P também é uma espécie de leilão entre os compradores, que quase sempre oferecem um valor inferior à cotação da criptomoeda. Por exemplo, quando esta matéria foi editada, o saque envolvia um Pix bancário feito pelo comprador de R$ 1500 em troca do recebimento de aproximadamente 1527 BRZ, stablecoin que foi utilizada na negociação.
Considerando que os fundos a serem convertidos devem estar na carteira de “fundos” da Binance, o vendedor precisa transferir o valor a ser liquidado na transação, que no caso foi cerca de 2% superior ao valor desejado em reais, já que a melhor oferta era de R$ 0,982 por 1 BRZ. Por outro lado, caso o investidor se esqueça de alocar as criptomoedas na carteira “fundos” ou transferir um valor insuficiente, a plataforma emite uma mensagem no final da transação, para que este procedimento seja refeito, que foi justamente o que aconteceu durante a transação deste tutorial, ou seja, a transferência para carteira fundos foi de 1500 BRZ, quando deveria ter sido de 1527,49 BRZ, que foi a transação fechada.
Outras observações importantes são que: não há cobrança de taxa no momento da transferência de fundos entre a carteira “spot” e a carteira “fundos”, procedimento que pode ser desfeito a qualquer momento. Mas, para que ela aconteça, os criptoativos precisam estar liberados de outras transações. Por exemplo, se os 1527 BRZ estivessem comprometidos numa ordem de compra de outra cripto, por exemplo, esta ordem precisaria ser cancelada, porque a plataforma entende a ordem de compra ou ordem de venda como uma espécie de alocação de fundos.
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Começando a negociação
Quando o vendedor clica no botão P2P do aplicativo, ele é direcionado para o balcão de negociações P2P. É nesta tela que ele pode visualizar qual criptomoeda ele que vender e a oferta, em ordem drescente, apresentada por cada comprador. Caso o investidor seja um comprador, basta ele selecionar, no canto superior esquerdo “comprar”, que o aplicativo apresentará a lista de vendedores, porém em ordem crescente no caso.
Seguindo o exemplo da venda dos 1527,49 BRZ por um comprador que se propunha a pagar R$ 0,982 por cada stablecoin tendo o pix com forma de pagamento, foi selecionada esta opção. Em seguida foi selecionada a opção vender, o que não quer dizer que o investidor está transferindo seus criptoativos para o comprador, porque a transação só é liberada após a chave PIX ser informada e o dinheiro chegar no valor correto à conta.
Porém, antes disso, os investidores ainda podem ser direcionados a habilitarem o fator de confirmação via sms, o que também pode ser feito via chamada telefônica.
Inserindo a chave pix (ou outro dado bancário)
Após clicar em “vender”, o vendedor deve informar o valor que quer que seja depositado em sua conta bancária, o que, neste caso, requer que a opção selecionada seja “Por Fiat”, depois disso é preciso inserir os dados bancários para que o comprador saiba para onde vai enviar o dinheiro. Neste caso, foi informada uma chave pix, mas a plataforma comporta outras formas de pagamento, como o TED, por exemplo. É importante lembrar que a carteira “fundos” possuía, pelo menos, 1527,49 BRZs pelos quais foram pagos R$ 1500, transferidos via pix, sendo o titular da conta o mesmo da carteira Binance, que não aceita transferência para usuários terceiros ao usuário da plataforma.
Finalizando a negociação
Depois de informado o valor, e havendo fundos suficientes em cripto, e informado o dado bancário, basta clicar em “Vender com Taxa O”. Neste momento a operação ainda precisará ser confirmada pelo código de dois fatores, que dependem da configuração de cada usuário, porém, em uma delas, ela pode ocorrer por SMS ou chamada telefônica que, neste caso, o código numérico é repetidamente proferido, sendo interessante, o uso de caneta e papel. Depois disso o vendedor irá ser orientado a verificar o recebimento do valor em sua conta corrente e, caso o recebimento esteja correto, confirmar a operação, o que, mais uma vez, será sucedido da verificação de dois fatores.
A transação, ainda que envolva uma exchange mediando a transação, possui certo grau de descentralização pelo fato de envolver dois negociantes distintos, embora a identidade de ambos seja na consumação da transação. Para o CEO da Binance, Changpens Zhao, o CZ, este tipo de negociação via exchange pode ser superado uma vez que, para ele, as exchanges descentralizadas (DEXs) irão superar as exchanges centralizadas, conforme noticiu o Cointelegraph Brasil.
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