Uso de verificação de identidade (KYC) é fraca em 56% das exchanges, segundo pesquisa

Falta de segurança pode corroborar para a prática de crimes como a lavagem de dinheiro

De acordo com o “Relatório de risco geográfico de 2020: VASP KYC por jurisdição” sobre o mercado apresentado pela CipherTrace, a maioria das exchanges apresentam um sistema de verificação de usuários que pode ser considerado “fraco”, facilitando a lavagem de dinheiro através de criptomoedas.

Assim, a pesquisa concluiu que 56% das exchanges possuem um sistema KYC “fraco ou poroso”, depois de analisar 800 sistemas de verificação de identidade “em mais de 80 países”.

Além disso, os dados mostram que a Europa é a região que mais concentra exchanges com sistemas KYC considerados deficientes. Segundo o relatório de risco, dois terços das plataformas que atuam na Europa não apresentaram um sistema KYC consistente.

Verificação de identidade

A verificação de identidade utilizada por exchanges conhecido como KYC busca combater a prática de crimes financeiros. No entanto, com sistemas com pouca ou nenhuma segurança, criminosos podem usar exchanges para a prática de lavagem de dinheiro.

Assim, o estudo da CipherTrace “Relatório de risco geográfico de 2020: VASP KYC por jurisdição” mostra que em 2020 ainda existem 56% das empresas que utilizam Provedores de Serviços de Ativos Virtuais (VASPs em sua sigla em inglês) com KYC fraco.

“A pesquisa CipherTrace descobriu que em 2020, 56% dos VASPs globalmente têm processos KYC fracos ou porosos, o que significa que os lavadores de dinheiro podem usar esses VASPs para depositar ou sacar seus fundos ilícitos com o mínimo ou nenhum KYC.”


KYC é fraco na maioria das exchanges (Reprodução/CipherTrace)

Lavagem de dinheiro

As empresas que atuam no mercado de criptomoedas que utilizam o sistema KYP agem em conformidade com as normas previstas no regime de prevenção à lavagem de dinheiro conhecido como AML (Anti-Money Laundering).

Dessa forma, a verificação e análise de dados financeiros dos usuários através do KYC é utilizada para o combate à lavagem de dinheiro através de criptomoedas. Porém, existem alguns casos em que os VAPs são considerados “porosos”, permitindo a prática de crimes.

“Os VASPs mais porosos, que permitem depósitos e retiradas de até uma determinada quantia em dólares, com pouco ou nenhum risco KYC de encontrar truques convencionais de lavagem de dinheiro, como estruturação para voar sob o radar.”

KYC

O sistema KYC foi apresentado como uma forma de coibir a prática de crimes financeiros através da análise de dados dos clientes. Ao conhecer a identidade dos usuários diante do comportamento financeiro, empresas como exchanges podem apresentar dificuldades para a lavagem de dinheiro a partir das criptomoedas.

Assim, o sistema Know Your Customer (COnheça Seu Cliente) é uma medida de proteção contra crimes crimes financeiros que não está sendo utilizada devidamente, conforme mostra a pesquisa “Relatório de risco geográfico de 2020: VASP KYC por jurisdição”.

Enquanto que a Europa concentra a maior parte das empresas que não utilizam o sistema devidamente, na América Latina e Caribe estão concentradas 20% das plataformas com um KYC fraco.

“Ao olhar para os países KYC mais fracos do mundo, os analistas do CipherTrace descobriram que 60% dos 10 piores países KYC do mundo estão na Europa, 20% estão em países da América Latina e Caribe e os 20% finais estão em países APAC.”

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