Kriptacoin: condenados no esquema da criptomoeda falsa poderão recorrer em liberdade
“Quando a esmola é grande, o santo desconfia”, já diria o ditado popular. Com a promessa de rendimento 55 vezes maior que o da poupança, a criptomoeda falsa Kriptacoin conseguiu fazer mais de 40 mil vítimas em um esquema de pirâmide financeira. Passado cinco meses desde a condenação dos integrantes da organização criminosa, a justiça decidiu que os réus poderão recorrer em liberdade.
Veículos de Luxo, como Ferrari, Porsche e BMW, além de helicópteros e celulares de última geração, foram alguns dos bens apreendidos pelas autoridades durante a operação que desmantelou o golpe contra 40 mil pessoas no DF e em Goiânia.
Inicialmente condenados a cumprirem a pena de 11 anos em regime fechado – por crime contra a economia popular, ocultação de bens e organização criminosa – o Tribunal de Justiça do DF declarou o direito a seis réus de recorrerem em liberdade.
De acordo com o portal de notícias G1, A juíza da 8ª Vara Criminal, Francisca Danielle Mesquita, argumentou que não há motivos para o grupo permanecer preso até o fim do processo.
“Sabe-se que a regra é que os acusados respondam ao processo em liberdade até decisão final”, ponderou a magistrada, na última terça-feira (4).
Entenda o caso
Segundo a investigação, o esquema começou suas operações no final de 2016 e se estabeleceu em janeiro de 2017. Os golpistas, liderados por Weverton Viana Marinho, fingiam ser executivos e prometiam ganhos de 1% ao dia sobre a criptomoeda Kriptacoin, com resgate do investimento após um ano.
Caso os usuários conseguissem recrutar novos adeptos, receberiam um bônus de 10% por pessoa indicada. Dessa forma, o lucro crescia exponencialmente, classificando o esquema em um golpe de pirâmide financeira.
Para dar credibilidade ao negócio, o grupo investiu em campanhas publicitárias e divulgação em outdoor, além de fotos com cantores famosos registradas por alguns integrantes do esquema.
Grande parte do dinheiro cooptado pela quadrilha foi rapidamente convertido em bens de luxo, que agora estão sendo direcionados para ressarcir as vítimas.
“A própria forma, rapidez e intensidade com que o dinheiro foi gasto demonstram a origem ilícita, sem contar que as aquisições se deram durante a prática do crime de pirâmide financeira, ou seja, há contemporaneidade entre uma coisa e outra”, destacou o documento de condenação, na época.
O golpe, que movimentou R$ 250 milhões, foi deflagrado na operação Patrick, após o registro de vários boletins de ocorrência contra a empresa Wall Street Corporate e a agência Kriptaexpress, criadas para “operar” as Kriptacoins.
Ainda segundo o G1, os empreendimentos não tinham autorização nem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
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