Justiça vende outros carros de luxo da Kriptacoin para pagar vítimas do golpe de R$ 250 milhões

A Justiça do Distrito Federal autorizou um novo leilão dos veículos de luxo apreendidos no caso da criptomoeda falsa ‘Kriptacoin’, uma pirâmide financeira criada pela empresa ‘Wall Street Corporate’ que foi dizimada há exatamente dois anos. Estima-se que a Kriptacoin foi comprada por cerca de 40 mil pessoas e tenha rendido R$ 250 milhões aos golpistas.

A decisão, publicada no início do mês pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), deu-se após o fracasso do último leilão, entre março e abril deste ano, onde os carros não foram arrematados. Os valores arrecadados vão servir para pagar as vítimas do golpe.

De acordo com o TJDFT, os arremates serão realizados dia 1º de outubro às 14h50, pelo portal Leiloeiros de Brasília. O lances poderão ser registrados com cinco dias de antecedência da data marcada para o leilão.

Conforme a publicação, não serão admitidos lances por outros meios que não for através do site disponível para a realização do cadastro.

Dentre os modelos, há um Porsche Cayenne, uma Range Rover e uma BMW que, juntos, somam cerca de R$ 750 mil. Estes e outros veículos foram apreendidos pelas autoridades no âmbito da Operação Patrik, nome dado à ação policial deflagrada em setembro do ano passado no Distrito Federal e em Goiânia.

Na ação, 11 suspeitos foram presos. Eles foram acusados de comercializar a falsa criptomoeda. Na ocasião, pelo menos uma dúzia de pessoas já havia registrado boletins de ocorrência contra a empresa.

Os acusados ficaram presos preventivamente por tempo indeterminado até o fim do processo. Em abril de 2018, eles foram enquadrados nos seguintes delitos: crime contra a economia popular, ocultação de bens e organização criminosa.

Weverton Viana Marinho, considerado o chefe do grupo, foi sentenciado a 11 anos e cinco meses de prisão.

A pirâmide Kriptacoin

Kriptacoin era uma falsa criptomoeda usada como fachada de uma pirâmide financeira. As fraudes iniciaram no final de 2016 e começou a enraizar em janeiro de 2017.

Os criminosos se passavam por executivos e prometiam altos rendimentos com o negócio, com ganho de 1% ao dia sobre a criptomoeda falsa. O resgate do saldo só poderia ser feito após um ano.

Para dar um ar de legalidade, os golpistas reuniam-se, anunciavam em outdoors e difundiam propagandas, tanto na internet quanto na televisão, além de envolver imagens de artistas.

Os investidores eram persuadidos a chamar mais pessoas para a rede, e, desta forma, eles recebiam 10% de bônus a cada pessoa registrada.

Assim, o lucro crescia proporcionalmente à quantidade de aplicações, mas tudo não passava de um golpe.


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