Justiça pediu, mas hacker de Sergio Moro não revelou chave privada de seus bitcoins
O hacker Gustavo Henrique Elias Santos, preso desde o ano passado por ser o principal suspeito de invadir o celular do então ministro da Justiça Sergio Moro, se negou a mostrar suas carteiras de Bitcoin à Justiça, conforme consta no pedido de Habeas Corpus de seu comparsa Walter Delgatti Neto no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Confirmou em depoimento possuir várias carteiras de Bitcoin, cujo valor se negou a declarar, tampouco esclareceu onde estão armazenadas as senhas e chaves de acesso das contas de suas criptomoedas, que podem estar em seus smartphones que estão sendo submetidos a exame pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC)”, diz um trecho da decisão publicada no Diário Oficial na sexta-feira (28).
O pedido da defesa pela saída de Delgatti da cadeia foi negado pela juiz do caso. Um dos motivos, diz a sentença, é que o uso de bitcoins dificulta o rastreamento de movimentação de valores e torna impossível um monitoramento real dos investigados. A manutenção da prisão, argumenta o magistrado, seria a única forma de impedir a continuação das atividade criminosas.
Porém, Elias Santos saiu da cadeia no final do ano passado.
Em julho do ano passado, na época da prisão, houve a suspeita de que ação criminosa praticada pelo hacker teria sido financiada com bitcoin. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal (TRF1), determinou então uma varredura em nome do suspeito em corretoras brasileiras de criptomoedas.
O objetivo era saber fizeram movimentações em algumas dessas plataformas a partir de janeiro de 2018. Quando Gustavo foi preso, dele foram apreendidos celulares, notebook e R$ 100 mil em dinheiro.
Segundo a defesa, o montante era fruto de seu trabalho como DJ e de operações com bitcoin. No entanto, nos dois últimos meses que antecederam sua prisão ele teria movimentado valores na casa de R$ 400 mil.
Hackers de Sergio Moro
Os outros suspeitos do hack são Walter Delgatti Neto, Danilo Cristiano Marques e Suellen Priscila de Oliveira, presos em julho de 2019. Oliveira consta no mesmo HC.
No documento, a defesa diz que Gustavo disse que ele estaria envolvido na prática de outros crimes, mas não no que gerou a ‘Operação Spoofing’. Por isso, alegou que a Justiça Federal seria incompetente para julgá-lo.
O grupo também responde por investidas no celular do presidente Jair Bolsonaro e de outras autoridades.
Segundo a Polícia Federal, houve interceptação de mensagens do celular do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do presidente do Senado Davi Alcolumbre.
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