Justiça carioca transfere R$ 55 milhões para Ripio Trade – Montante era para vítimas da Atlas Quantum
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pode ter cometido um equívoco ao transferir R$ 55 milhões para Ripio, antiga Bitcoin Trade. Valor era para indenizar vítimas da Atlas Quantum.
O caso está sendo investigado pela corregedoria e pelo Ministério Público Federal (MPF), pois os recursos foram bloqueados para ressarcir vítimas da Atlas Quantum. A plataforma de investimentos, que usava robô de arbitragem com promessas de lucros robustos, fraudou 200 mil investidores no Brasil e no exterior.
Os prejuízos estimados dos clientes da Atlas estão entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões. O esquema sofisticado envolveu até participações de atores famosos como Cauã Reymond e estrelas como Tatá Werneck.
“Um caso nebuloso que foi parar na CPI das criptomoedas e tem até denúncia de envolvimento de políticos, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro”, relembra Matheus Muller Ferreira de Abreu, líder do grupo Valquíria (vítimas da Atlas).
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CEO escondeu recursos em nome da mãe na Ripio Trade e Binance
Muller descobriu recentemente que Rodrigo Marques, CEO da Atlas Quantum, escondia milhões em nome da mãe, em diversas corretoras, entre elas a Ripio Trade e Binance.
E via um processo que tramita no Rio de Janeiro, o grupo Valquíria conseguiu uma ordem de penhora, que sucedeu em um bloqueio de quase R$ 100 milhões.
Na fase final do processo, o juiz titular do caso, Diego Nigri, emitiu um despacho ordenando o levantamento dos valores em nome da mãe de Marques, para que fosse expedido o alvará de pagamento.
“E para surpresa de todos os valores que estavam depositados em conta do Tribunal de Justiça do RJ desde dezembro de 2021 foram devolvidos sem ordem judicial e sem conhecimento das autoridades judiciais”, denuncia Matheus.
Isso caracteriza fraude processual e esse é o motivo da denúncia a corregedoria e ao MPF, segundo o grupo Valquíria.
Os autores do processo disseram que irão denunciar os advogados da Ripio Trade, uma vez que eles sabendo do ocorrido não comunicaram ao judiciário e nem se manifestaram no processo.
O que chamou a atenção das demais vítimas da Atlas Quantum, é que a primeira decisão da Desembargadora Cíntia Cardinalli, foi favorável para que a Ripio Trade tenha novamente prazos de recursos.
A reportagem entrou em contato com a Desembargadora Cíntia Cardinalli para entender o argumento de favorecer a Bitcoin Trade com prazos maiores. Assim que tivermos um posicionamento oficial, atualizaremos a matéria.
Porém, outra magistrada, Regina Lúcia Passos, que compõe o colegiado da 5ª Câmara de Direito privado do RJ, pediu vistas, marcando a audiência final para o dia 6 de março, dia em que ela dará o voto.
“As famílias esperam que seja feita justiça reavaliando os fatos provados expostos em todo o processo, com expedição de ofício de praxe para apreciação de crime de fraude processual cometidos pelos responsáveis legais, no caso Bitcoin Trade”, pede uma das vítimas.
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