Justiça brasileira mantém bloqueio de bens da BBom; pirâmide pode ter faturado cerca de meio bilhão
A Justiça de Goiás manteve o bloqueio de bens da BBom, uma pirâmide financeira disfarçada de marketing multinível que fez milhares de vítimas no Brasil e que pode ter faturado cerca de meio bilhão de reais.
A decisão foi do juiz federal Juliano Taveira Bernardes, da 4ª Vara Federal Cível, após análise do mérito de uma medida cautelar de 2013, mas ainda cabe recurso, publicou o G1.
De acordo com a reportagem, entre os bens bloqueados estão carros de luxo e “centenas de milhões de reais”, como descreveu o juiz. Dentre os veículos, o destaque fica para uma Ferrari.
Em 2013, após tomada de decisão do Ministério Público, a polícia desmantelou o esquema. Na ocasião, foram arrestados pelo menos 100 veículos e cerca meio bilhão de reais nas contas bancárias dos sócios.
Tanto os veículos quanto o montante em dinheiro ficaram então resguardados por ordem da Justiça para ressarcir clientes.
Pirâmide BBom
A BBom dizia atuar no mercado com a venda de rastreadores para veículos, mas o produto servia apenas como isca. Após as denúncias, as autoridades constataram que a receita da empresa dependia da entrada de novas pessoas — condição típica usada nas pirâmides financeiras.
Segundo o G1, quanto maior fosse o número de novos associados, maior seria a bonificação para quem fazia rede. Para fazer parte do negócio, as pessoas pagavam por pacotes de rastreadores que custavam entre R$ 600 e R$ 3 mil. A taxa de adesão era de R$ 60.
Contudo, o desfecho só veio a ocorrer em 2017, quando a Justiça condenou a empresa e seus responsáveis ( João Francisco de Paulo, Ednaldo Alves Bispo e Cristina Paradellas Dutra Bispo) por realizar prática ilegal de pirâmide.
Foi determinada, então, a dissolução das empresas do grupo e a devolução do dinheiro aos prejudicados.
De acordo com o artigo, a decisão também exigiu que a ré pagasse R$ 100 milhões ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos.
BBom e InDeal
Em uma publicação do Estadão em julho deste ano, a reportagem identificou que os sócios da InDeal, também investigada pela Polícia Federal, tiveram passagem pela BBom e mais três empresas (D9, Minerworld e Mr. Colibri), todas investigadas.
Regis Lippert Fernandes, Ângelo Ventura Silva, Marco Antonio Fagundes, Tássia Fernanda da Paz e Francisco Daniel Lima de Freitas chegaram a ser presos no caso InDeal, mas foram libertados por meio de habeas corpus.
Consta nos autos que a InDeal captou mais de R$ 1 bilhão, mas que não investia o dinheiro dos clientes conforme prometiam e sim o usava em benefício próprio, comprando imóveis, carros de luxo e joias.
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