Jornalista alega que cofundador da Mimo Capital estava por trás do hack da The DAO em 2016

“Este é mais um exemplo de evidências preservadas na blockchain para sempre”, disse Chainalysis.

Laura Shin, jornalista de criptomoedas e apresentadora do Unchained Podcast, afirmou ter descoberto a identidade do indivíduo por trás de um hack que drenou mais de 3,6 milhões de Ether da startup alemã Slock.it’s The DAO em 2016.

De acordo com um relatório da Bloomberg de terça-feira, Shin afirmou que tinha “evidências extremamente fortes” de que o cofundador da Mimo Capital, Toby Hoenisch, foi responsável por remover mais de 3,6 milhões de Ether (ETH) da DAO em junho de 2016 – cerca de US$ 50 milhões na época. Um hacker desconhecido usou um exploit para drenar cerca de um terço do suprimento de ETH da DAO, forçando os desenvolvedores a fazer um hard fork da rede e deixando os fundos ilícitos no que se tornou a blockchain Ethereum Classic (ETC).

EXCLUSIVO:
Com a publicação do meu livro hoje, posso finalmente anunciar: enquanto escrevia meu livro, minhas fontes e eu acreditamos que descobrimos a identidade do hacker de Ethereum da The DAO em 2016 .

— Laura Shin (@laurashin) 22 de fevereiro de 2022

A pesquisa de Shin realizada com o desenvolvedor da Ethereum Alex Van de Sande e a empresa de análise de blockchain Chainalysis alegou que Hoenisch estava ciente do hack semanas antes do ataque ocorrer em 17 de junho de 2016. De acordo com Van de Sande, o hacker usou a exchange de criptomoedas Shapeshift para converter os ETC roubados — seguindo o hard fork — para Bitcoin (BTC). Eles acreditam que o invasor então usou a carteira cripto Wasabi para misturar o BTC, quatro “exchanges centrais diferentes” para lavar ainda mais os fundos e, finalmente, a criptomoeda focada em privacidade Grin “para maior privacidade”.

A Chainalysis disse que conseguiu separar as transações de criptomoedas e rastrear os fundos para as exchanges que mais tarde receberam os tokens em contas supostamente gerenciadas por Hoenisch. A empresa acrescentou que “este é mais um exemplo de evidências preservadas na blockchain para sempre”.

“Não tenho pena de Toby Hoenisch, se ele é realmente o cara”, disse Van de Sande. “Aquele período foi estressante para todos nós, quase vimos tudo o que tínhamos contruído quebrar e cair.”

O cofundador da Mimo Capital negou as alegações de Shin, chamando suas descobertas de “factualmente imprecisas”. No Telegram da Mimo na terça-feira, o gerente da comunidade Thomas Reinhardt disse que Hoenisch “não teve papel ativo nas operações diárias” da plataforma desde seus primeiros dias.

“O conteúdo dessas acusações é tão surpreendente para nós quanto para a comunidade, e continuamos comprometidos em fornecer a melhor e mais segura plataforma DeFi de token estável de Euro para nossos usuários”, disse Reinhardt.

 

O co-fundador da Mimo Capital Toby Hoenisch. Fonte: LinkedIn

Se os desenvolvedores não tivessem feito um hard fork da rede, os 3,6 milhões de tokens ETH originais valeriam mais de US$ 9 bilhões no momento da publicação. No entanto, com o preço do ETC aproximadamente 10% do ETH, os fundos roubados são estimados em aproximadamente US$ 94 milhões.

“Imagino que várias pessoas que usaram [Wasabi] para fins ilícitos estão se sentindo inseguras hoje”, disse Shin. “Isso pode fazer com que eles se perguntem se a análise forense de blockchain chegará neles em algum momento, mesmo que eles usem as mais recentes técnicas de ofuscação cripto de hoje.”

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