John Lennon e Satoshi Nakamoto: o Bitcoin é a realização de um mundo sem barreiras ou um sonho?

Criptomoeda incorporou em códigos a essência do que clamava a canção ‘Imagine’ e potencializou o sonho libertário da blockchain.

“Imagine todas as pessoas vivendo hoje. Imagine que não há países…Imagine todas as pessoas compartilhando o mundo. Você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único.”

Os trechos acima foram eternizados por John Lennon na canção “Imagine”, mas não seria de se espantar que o sonho por um mundo mais igualitário e fraterno que inspirou o artista também possa ter motivado Satoshi Nakamoto, pseudônimo do desenvolvedor que apresentou ao mundo em 2008 o que seria o filho primogênito da busca por um mundo descentralizado e mais igualitário: o Bitcoin (BTC).

Não por acaso, o CEO e cofundador do Grupo Reserva, Rony Meisler, elencou o que Lennon e Nakamoto têm em comum, em um artigo publicado nesta terça (18) no jornal Valor Econômico. Isso porque a espinha dorsal da criptomoeda envolve uma tecnologia mais ampla, que empodera as pessoas e permite a descentralização das tomadas de decisão: a blockchain.

Exímio entusiasta desta tecnologia disruptiva, Meisler, que em abril deste ano anunciou a criação de uma célula de pesquisa blockchain para estudar aplicações da tecnologia na moda e outros negócios da empresa, também parece ter se inspirado, em Lennon, em Nakamoto e no Bitcoin. 

Mas o empresário chama a atenção para uma diferença: a transformação da imaginação em realidade através da blockchain, que tornou possível a qualquer empreendedor promover seu negócio por meio de uma “oferta inicial” de capital do empreendimento, sem intermediários e com segurança e rastreabilidade. 

Ele se refere a uma das diversas possibilidades da blockchian, que é a tokenização de ativos, recurso que torna possível a fragmentação de bens físicos ou não em “pequenas partes digitais” representativas do bem tokenizado

Rony Meisler lembra que a blockchain permite a governança segura, que é executada automaticamente pelo algoritmo dos contratos inteligentes, sem margem para subjetividades e exceções, com rastreabilidade e remuneração automática, proporcional e direta dos sócios, que são os donos dos tokens.

Diferente da canção de Lennon, a beleza da tecnologia impulsionada por Nakamoto não se percebe pelos ouvidos, mas sim pela liberdade que ela possibilita ao sistema financeiro ao descentralizar as transações, tirar os intermediários e entregar  o poder ao povo, seu legítimo dono.

Por outro lado, o executivo ressalta que, nos últimos anos, as grandes empresas tecnológicas lutaram pela “descentralização de poder” para, no fim, serem elas as donas das decisões. Tanto que no início deste mês o PayPal reacendeu os debates sobre a descentralização quando resolveu “multar” usuários por “divulgação de informações falsas”, decisão da qual acabou recuando sob a alegação de que havia “se equivocado.”

A descentralização, que parece mover os libertários da blockchain, parece ter muitos desafios pela frente, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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