Joe Biden desiste de tentar a reeleicão contra Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na tarde deste domingo (21) que está desistindo de tentar a reeleição. Ele também disse que vai apoiar Kamala Harris, atual vice-presidente do país, como representante do partido democrata para enfrentar o ex-presidente Donald Trump nas eleições marcadas para novembro.

Em carta aberta publicada na sua conta no X, Biden afirmou que a desistência é o melhor a ser feito e disse que vai se concentrar em cumprir o atual mandato até o fim.

“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me retire e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden.

Depois de publicar a carta, Biden anunciou também na rede social que vai apoiar a vice-presidente Kamala Harris como candidata do partido democrata. Ele disse que a escolha por Kamala como vice foi sua primeira decisão como candidato, em 2020, e e que essa “tem sido a melhor decisão” que ele tomou.

“Hoje quero oferecer meu total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata do nosso partido este ano. Democratas — é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso.”, escreveu o presidente.

A desistência de Biden ocorre após políticos democratas pressionarem publicamente para que ele deixasse a corrida eleitoral. No momento, o presidente americano se recupera da covid-19 e deve falar publicamente sobre a desistência nesta semana.

Aos 81 anos, Biden é a pessoa mais velha a ocupar a presidência dos Estados Unidos. Nos últimos meses, ele tem dado sinais de debilidade que preocuparam partidários. A pressão sobre Biden cresceu muito depois do primeiro debate contra o adversário republicano, o ex-presidente Donald Trump. Na ocasião, Biden perdeu a linha de raciocínio por diversas vezes e teve dificuldades para enfrentar a retórica do republicano.

LEIA MAIS: Biden dá fortes sinais de senilidade em reuniões fechadas, dizem fontes

Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, e sua vice Kamala Harris (Bloomberg)

Pesquisas recentes também apontavam que a maioria do eleitorado democrata defendia a desistência de Biden.

As eleições presidenciais dos Estados Unidos estão marcadas para o dia 5 de novembro.

LEIA MAIS: Economistas dizem que inflação pode ser pior com Trump do que com Biden

Leia a carta de Biden na íntegra:

Meus compatriotas americanos,

Ao longo dos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como nação.

Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa nação, na redução dos custos de medicamentos prescritos para idosos e na expansão do atendimento de saúde acessível para um número recorde de americanos. Fornecemos cuidados criticamente necessários para um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovamos a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeamos a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovamos a legislação climática mais significativa na história do mundo. A América nunca esteve em melhor posição para liderar do que estamos hoje.

Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, o povo americano. Juntos, superamos uma pandemia centenária e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças ao redor do mundo.

Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me retire e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato.

Falarei à nação ainda esta semana com mais detalhes sobre minha decisão.

Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos que trabalharam tanto para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo esse trabalho. E deixe-me expressar minha sincera apreciação ao povo americano pela fé e confiança que depositaram em mim.

Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer – quando fazemos isso juntos. Só precisamos lembrar que somos os Estados Unidos da América.

[EM ATUALIZAÇÃO]

Você pode gostar...