Japão: Relatados casos de lavagem de dinheiro relacionados a cripto aumentam 10 vezes em 2018

7.096 casos de suspeita de lavagem de dinheiro vinculada à cripto foram relatados à polícia japonesa em 2018.

Mais de 7.000 casos de suspeita de lavagem de dinheiro relacionada à cripto foram relatados à polícia japonesa em 2018, um aumento de mais de dez vezes em relação aos 669 casos em um período de nove meses no ano anterior. A notícia foi reportada em 28 de fevereiro pelo jornal local em língua inglesa The Japan Times.

Em 2017, apenas 669 casos foram notificados durante um período de nove meses até dezembro de 2017, depois que novas regras entraram em vigor em abril de 2017, tornando obrigatório que as operadoras de cripto relatassem transações suspeitas de estarem vinculadas a movimentos ilícitos de fundos. Os doze meses e os 7.096 casos em 2018 representam, assim, um aumento de 960% em relação aos dados do período de nove meses em 2017.

De acordo com o Japan Times, as mais de 7 mil transações suspeitas dispararam vários sinais vermelhos – como estar vinculado a contas de usuários mantidas sob diferentes nomes e datas de nascimento, mas com uma foto de identificação idêntica. Em outro sinal, logins de contas registradas no Japão e que foram identificados como provenientes do exterior.

O aumento dos casos específicos de cripto vem na contramão de um cenário de aumento de 2.296% em todos os casos de suspeita de lavagem de dinheiro. Em 2018, houve 417.465 casos notificados – contra apenas 17.422 de 2017. O aumento cavalar dos casos relatados em 2018 provem de bancos, que registraram 346.014 casos, seguidos por empresas de cartão de crédito, com 15.114 casos.

À luz da crescente estatística, a NPA planeja treinar especialistas em análise de dados e tecnologia piloto de inteligência artificial que aceleraria a detecção de padrões relacionados à suspeita de lavagem de dinheiro e outras transações ilícitas.

Como relatou o Cointelegraph, dois escândalos de alto perfil envolvendo exchanges cripto no Japão – o hack sem precedentes de US$ 532 milhões na Coincheck em janeiro de 2018 e o infame colapso da Mt Gox, sediada em Tóquio – levaram a intensificar as intervenções da agência financeira do país, a Agência de Serviços Financeiros (ASF).

Desde abril de 2017, a Lei de Serviços de Pagamento do Japão exige que todas as exchanges cripto sejam registradas sob uma licença da ASF, com as primeiras licenças sendo aprovadas em setembro daquele ano. O vigilante tornou as cláusulas mais estritas em 2018, continuando a focar na exigência de robustez contra a lavagem de dinheiro e a conformidade com as regras de Conheça seu Cliente.

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