Japão planeja apertar regras sobre exchanges de criptomoedas para aplicar sanções
A emenda proposta está sendo realizada para evitar que países sancionados tomem ações evasivas usando ativos digitais.
O Japão planeja alterar sua Lei de Câmbio e Comércio Exterior para colocar as exchanges de criptomoedas sob a alçada das leis que regem os bancos, revelou um funcionário do governo na segunda-feira. A emenda proposta está sendo realizada para evitar que países sancionados tomem ações evasivas usando ativos digitais.
O secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, em uma entrevista coletiva, disse que o governo está planejando apresentar um projeto de lei para revisar as leis cambiais para incluir exchanges de criptomoedas.
Fumio Kishida, o recém-eleito primeiro-ministro do país, também apoiou a proposta de revisão e pediu movimentos coordenados com aliados ocidentais para fazer cumprir as novas leis.
De acordo com as leis cambiais revisadas, as exchanges de criptomoedas, assim como os bancos, serão obrigadas a verificar e sinalizar transações associadas a indivíduos ou grupos russos sancionados.
O Japão, juntamente com a maioria de seus aliados ocidentais, conduziu várias sanções financeiras contra a Rússia após suas ações na Ucrânia. No início deste mês, o órgão regulador financeiro do país também pediu às exchanges de criptomoedas que se abstivessem de permitir transações para alvos sancionados.
No entanto, uma emenda parlamentar à lei tornaria uma obrigação legal para as exchanges de criptomoedas bloquearem transações para várias autoridades russas sancionadas, oligarcas, bancos e outras instituições.
O motivo da preocupação com a possibilidade de a Rússia tentar evitar sanções usando criptomoedas surge do crescente interesse do país no mercado de criptomoedas e comentários recentes feitos por ministros do país.
As sanções financeiras à Rússia a forçaram a procurar sistemas e métodos alternativos de pagamento para acessar o mercado de comércio internacional. Embora as especulações sobre o possível uso de ativos digitais para evitar sanções comerciais tenham sido um dos tópicos mais discutidos, especialistas rejeitaram tais preocupações como “totalmente infundadas”.
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