“Já vimos isso antes”, diz empresário ao deixar associação criada pela Atlas Quantum

Um conhecido empresário do ramo das criptomoedas abandonou a ABCB, Associação de Criptoativos e Blockchain, criada pela Atlas Quantum no ano passado.

Em um email destinado a sócios, a associação afirmou que havia questionado a Atlas sobre os atrasos nos saques. A resposta que recebeu foi a padrão: de que as exchanges nas quais a empresa opera vinham pedindo documentos adicionais dado o volume de retiradas.

Indignado, o agora ex-sócio mandou uma longa mensagem aos demais associados por meio grupo exclusivo do Whatsapp.

“Me despeço formalmente da ABCB, ou melhor da associação da Atlas uma vez que a ABCB não tem voz para tomar frente a crise instaurada na Atlas”, escreveu.

O ex-associado se referia ao atrasos dos saques da plataforma que vêm acontecendo desde do dia 13 de agosto, quando a Atlas foi notificada pela CVM e impedida de continuar oferecendo seu produto de arbitragem de bitcoins.

“Eles [Atlas Quantum] sempre fizeram questão em frisar que eram em D+1, misteriosamente mudaram para D+4 e agora são D+30 para saques acima de 1 Btc, detalhe D+30 úteis (45 dias)”, completou. O novo prazo para os saques foi confirmado pelo Portal do Bitcoin.

Em seguida ele lembrou que a única mantenedora da ABCB era a Atlas. “Nosso mercado está sofrendo com tudo isso, uma vez que ninguém se pronuncia a respeito e quem deveria nos proteger tem que ficar CALADO”, disse. A associação recebe R$ 200 mil por mês da mantenedora.

O empresário prosseguiu dizendo que outra empresas, como Bitcoin Banco, Unick Forex, KriptaCoin, entre outras, haviam tido atitudes parecidas com a da Atlas.

“Não estou acusando, só mostrando que os procedimentos antes de interromperem os pagamentos são iguais, posso estar completamente enganado, espero eu, mas enquanto os clientes não recebem o pensamento é esse”, afirmou.

Por fim, ele se dirigiu ao CEO da Atlas, Rodrigo Marques, e ao diretor de relações institucionais, Bruno Peroni: “Não foquem num simples aviso vago, vocês que tentam prezar pela transparência deveriam trabalhar isso melhor”.

Crise da Atlas Quantum

Depois de ter sido proibida pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de ofertar publicamente títulos ou contratos de investimento coletivo no dia 13, a Atlas suspendeu os serviços de arbitragem para novos clientes.

No início dessa semana, entre os dias 26 e 27, a empresa anunciou que para novos clientes estaria “atuando apenas na compra de bitcoin”.

A empresa disse ao Portal do Bitcoin que a suspensão de serviços de arbitragem em criptomoedas se deu para atender a determinação do órgão regulador.

Antes disso, no entanto, a Atlas Quantum disse que apenas que removeria as campanhas publicitárias sobre sua atuação no mercado, como se a decisão da autarquia se limitasse às propagandas.

Com a proibição da CVM à empresa, houve uma corrida de saques de Bitcoins. Para evitar uma sangria, a empresa decidiu  inicialmente estender o prazo de um para quatro dias, sem qualquer previsão de regularização. O prazo agora dilatou para 30 dias.

Apesar de toda essa turbulência, um relatório da Grant Thorton atestou que a Atlas Quantum possui 15.226,1 Bitcoin e 34.793.966,2 de criptodólares, termo referente a uma cesta de stablecoins.

O relatório não é uma auditoria completa, mas sim de um PPA (Procedimentos Previamente Acordados).

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