“Já avisamos a Rede Globo e a Record”, diz líder de manifestação contra o Bitcoin Banco
Um grupo de pessoas com dinheiro preso nas exchanges NegocieCoins e Tem BTC está organizando um protesto contra o Bitcoin Banco na próxima segunda-feira (12), em frente a sede da empresa em Curitiba.
“Vamos protestar lá na frente. Já falamos com a Rede Globo e com a Record”, disse um dos organizadores do evento Diogo Gonçalves ao Portal do Bitcoin.
Pelos cálculos de Gonçalves, pelos 180 pessoas devem participar da manifestação: “Tem gente alugando vans para ir de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. O pessoal cansou de esperar”.
Ele conta que decidiu criar um grupo no Telegram (no momento com 626 membros), porque vinha sendo expulso de outros grupos por fazer críticas ao Bitcoin Banco.
A ideia da manifestação surgiu na metade de julho enquanto conversava com amigos sobre como receber o dinheiro preso na exchange. “A gente via que o Claudio Oliveira [fundador da empresa] não estava interessado em pagar”.
O Bitcoin Banco alega que o problema da falta de pagamento se deve a uma fraude que ocorreu na plataforma.
Gonçalves, um paulistano de 34 anos com experiência no mercado financeiro, disse que começou a investir em bitcoin em janeiro deste ano. Ele havia enviado os bitcoins para a Binance e de lá para a NegocieCoins.
“Conheci ela pelo youtuber Vô Epaminodas, que dizia que sacava rápido lá”, contou.
O empresário solicitou o saque de R$ 78 mil bem no dia 17 de maio — data em que a NegocieCoins, Tem BTC e Batexchange pararam de liberar saques em reais e em Bitcoin.
“Quando vi que estava travado, fui no Bitcoin Banco de São Paulo e lá a gerente disse que seriam resolvido em 10 dias, o que não aconteceu. Eu nem sabia o que era o tal de giropeta, ou giro do capeta, como o pessoal chama”.
Questionado sobre o que espera resolver com o protesto, Gonçalves disse que a intenção é ser recebido por Claudio Oliveira e fazer com que ele cumpra os acordos.
“Queremos que ele pague as pessoas, que cumpra a palavra dele. Tem muita gente sofrendo por causa do dinheiro preso. Tem gente com parente doente. Uma corretora não deveria segurar o dinheiro das pessoas”, afirmou.
Crise do Bitcoin Banco
Desde o dia 17 de maio que o Bitcoin Banco vem segurando os saques de clientes. A empresa afirmou que a crise ocorreu devido a uma invasão hacker, que gerou R$ 50 milhões de prejuízo.
O GBB disse por meio de seu presidente à época, Cláudio Oliveira, que alguns clientes mal-intencionados teriam efetuado saques duplos. A empresa chegou a levar o caso à polícia.
A Justiça do Paraná, por meio da 25ª Vara Cível de Curitiba, mandou intimar as empresas do grupo econômico, formado pela CLO participação e investimentos S/A; Grupo Bitcoin Banco; as exchanges Negociecoins e TemBTC entre outras a apresentar um documento produzido por uma auditoria externa independente a fim de atestar as supostas fraudes praticadas pelos requeridos.
Além disso, os saques suspensos motivaram aqueles investidores que não puderam ter acesso ao seu dinheiro e a tampouco às suas criptomoedas a entrarem com ações judiciais.
Numa outra ação, a Justiça mandou bloquear quase R$ 6 milhões das principais empresas do grupo. Contudo, as contas estavam vazias. O valor bloqueado foi de R$ 130 mil, sendo R$ 122 mil na BAT exchange.
Em uma das ações, os carros de luxo do empresário chegaram a ser confiscados. As partes, contudo, chegaram a um acordo, que está em segredo de Justiça, e os veículos ficaram na garagem da empresa.
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