O dia seguinte do youtuber brasileiro que perdeu R$ 277 mil após vazar senhas de carteiras ao vivo
‘Ladrão’ de uma das carteiras devolveu cerca de R$ 247,5 mil em MATIC, investidor ainda está no encalço do suposto ‘oportunista’ da outra carteira.
O youtuber brasileiro Ivan Bianco, do Canal Fraternidade Crypto, em uma live da última quarta-feira (30), abordou os desdobramentos do que ganhou contornos de um pesadelo iniciado um dia antes, quando o influencer do interior de São Paulo realizava uma transmissão contando seus rendimentos em pools de protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) e jogos em blockchain. O que acabaria em um prejuízo de aproximadamente R$ 277 mil, pelo menos.
Nos minutos finais da live de terça-feira (29), Bianco acabou abrindo um bloco de notas em pleno monitor de exibição, arquivo que continha as chaves privadas e frase-semente de duas carteiras MetaMask, além de senhas de airdrops e de sua conta na Gala Games. Ao perceber que mostrou o que não podia ser mostrado, o influencer ficou nervoso e acabou encerrando a live, acompanhada inicialmente por cerca de 70 pessoas e que ultrapassava 13 mil visualizações neste sábado (2).
Horas depois do vazamento, em uma segunda transmissão, ele retornou em prantos dizendo que “ele [o ladrão] roubou tudo, todo o dinheiro que eu juntei na minha vida, mano. Não é possível cara, que eu fiz isso, que eu dei esse mole.”
Ivan Bianco foi ao desespero ao constatar que os fundos das carteiras haviam sido retirados. Imagem: Reprodução/YouTube
Já em sua terceira live , no dia seguinte ao fatídico episódio, o investidor disse que foi à delegacia e imediatamente abriu um Boletim de Ocorrência (BO), documento exibido por ele nessa transmissão. Segundo ele, o prejuízo total com os ativos fungíveis que foram transferidos das pools através das carteiras vazadas gira em torno de US$ 56 mil, cerca de R$ 277 mil, além de uma infinidade de tokens não fungíveis (NFTs) e uma quantia razoável em “shitcoins.”
Bianco acrescentou que uma reviravolta aconteceu quando ele retornou da delegacia e identificou um pedido de amizade no Discord.
“Era um dos rapazes que me roubaram, porque foram vários, quem chegou primeiro levou, a chave estava exposta […] Eu não vou citar nome, o cara devolveu, não tem porque eu ferrar o cara, mesmo sabendo que o que ele fez foi errado, mesmo que eu tenha dado mole […] Ele disse que queria me devolver, criei uma carteira rapidão”, disse o youtuber acrescentando que o “apropriador arrependido” devolveu cerca de 89 mil tokens MATIC, aproximadamente US$ 50 mil (R$ 247,5 mil), pela cotação do token naquele momento.
Ivan Bianco contou que chegou a oferecer uma recompensa à pessoa que devolveu os tokens, o que foi recusado pelo interlocutor que, segundo o influencer, “jurou ter devolvido tudo que ele tinha” e que não teria participação nos outros criptoativos roubados, que ainda não haviam sido recuperados segundo o youtuber.
Nesse caso, em relação à segunda carteira, ele disse que está tomando outras providências além da polícia.
“Estou em contado com um rapaz dos EUA que manja muito […] Ele já viu aqui que é uma carteira nova, criada um mês atrás, ela está parada, os fundos estão lá, mais ou menos US$ 6 mil em Ethereum que foram retirados de minhas pools na rede da Arbitrum, inclusive estavam na live até 10 minutos antes de [o vazamento das senhas] acontecer […] Provavelmente a gente vai conseguir pegar o IP”, acrescentou.
Embora possam ficar em maus lençóis caso sejam descobertos pela polícia, os possíveis problemas dos “apropriadores indevidos” dos criptoativos de Ivan Bianco podem ser considerados suaves se comparados ao vespeiro mexido pelo “Engomadinho do Bitcoin”, que está sendo requerido pela CPI das Criptomoedas e que teria aplicado golpes no PCC e no Comando Vermelho, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
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