Itaú já usa blockchain e não visa concorrer com bancos digitais, diz diretor

“A tecnologia blockchain tem potencial bastante relevante para ser usada na atividade bancária. Não só estamos pensando em usar essa tecnologia como já estamos usando o blockchain no banco”, disse Alexsandro Broedel, diretor executivo de finanças e relações com investidores do Itaú, ao afirmar que instituição já usa a tecnologia blockchain.

De acordo com o Valor Econômico, Broedel falava em uma teleconferência com analistas e investidores na terça-feira (13) quando comentou sobre a tecnologia.

De fato, o Itaú já realizou testes em blockchain, conforme matéria do G1 no ano passado. Na ocasião, o diretor de operações da instituição disse que o banco teria sido o primeiro brasileiro a implantar uma solução baseada na tecnologia.

No entanto, Broedel não explicou de que modo a instituição está utilizando um blockchain no momento.

Banco digital e blockchain

A notícia acontece ao mesmo tempo em que o Itaúsa, holding que controla o Itaú, realiza testes com diferentes tecnologias para sua forma de banco digital — mas, segundo Broedel, não seria a criação, e sim uma transformação para isso.

Ele explicou que a decisão foi de não abrir um banco totalmente digital para competir com novos concorrentes, como o Nubank por exemplo, mas transformar o próprio Itaú.

“O banco age no sentido de digitalizar produtos, processos e canais, visando ganhar agilidade e oferecer uma experiência para o cliente mais em linha com a realidade”, afirmou.

Para isso, o diretor disse que a companhia tem feito uso de ferramentas para análise de grandes volumes de dados. Isso é para desenvolver os serviços digitais que o banco precisa, bem como estudo de sistemas que facilitem a operação pelos clientes.

“O Itaú também tem trabalhado para deixar seus sistemas mais leves e mais fáceis de operar, disse Broedel.

Concorrência

Sobre as gratuidades em serviços que surgiram com as fintechs que operam como bancos digitais, Broedel disse que há um estudo. Segundo ele, o Itaú avalia caso a caso antes de decidir se vale oferecer algum produto sem custos para o cliente.

Ele disse que o banco abre mais de 200 mil conta por trimestre e que a minoria dos clientes usam apenas os serviços digitais:

“11 milhões de clientes usam principalmente os serviços digitais no dia a dia e mais de 2 milhões de clientes usam apenas os serviços digitais”, revelou o executivo conforme o Valor.

Em relação à adoção de regras que favorecem a entrada de novos competidores no sistema financeiro — inclusive é uma das ações previstas pelo presidente do Banco Central Roberto Campos Neto — Broedel disse que a visão do banco é positiva.

“É importante que o mercado financeiro brasileiro seja um mercado em que novos entrantes tenham acesso. Mas é fundamental que o ambiente seja equânime para todos os concorrentes”, afirmou o diretor. 

Novos investimentos

Contudo, a teleconferência foi pautada nos resultados do Itaúsa e sobre alternativas, sem pressa, para realizar novos investimentos.

“Não temos pressa em fazer novos investimentos. Só vamos investir em algo que faça sentido dentro do nosso portfólio. Mantemos uma gestão bem disciplinada no uso do capital”, disse o presidente da instituição Alfredo Egydio Setubal.


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