‘O Metaverso é o futuro das criptomoedas?’, por Beibei Liu, CEO da NovaDAX
O universo do metaverso funcione é necessário a existência de uma economia, e o mercado de criptomoedas pode ser fundamental para o ecossistema.
*Por Beibei Liu
Muito tem se falado sobre o metaverso e como ele revolucionará as nossas vidas. Em 2021, quando o Facebook se transformou em Meta e anunciou a intenção de se tornar uma “empresa de metaverso” em até cinco anos, o termo ficou em alta, mas também gerou muitas dúvidas sobre um conceito ainda desconhecido pelo público em geral.
A consultoria canadense Emergen Research prevê que o mercado relacionado ao metaverso, que teria somado US$ 47,69 bilhões em 2020, crescerá a uma taxa anual de 43,3% entre 2021 e 2028, atingindo US$ 828,95 bilhões ao fim do período. Números tão expressivos comprovam que o metaverso veio para ficar e ele já começou a afetar diversos aspectos do mercado como um todo, incluindo o de criptomoedas. Mas, para saber como esse universo está inserido no mundo dos criptoativos, temos que primeiro entendê-lo.
O que é o metaverso?
Na gramática, a palavra metaverso é formada por outras duas: meta, que significa além, e verso, que vem de universo. Ele é um mundo virtual ultrarrealista no qual poderemos interagir e realizar inúmeras atividades, como trabalhar, fazer compras, jogar, nos divertirmos, investirmos, tudo por meio de avatares customizados em 3D. Esse universo é baseado em diversas tecnologias, que incluem realidade virtual, realidade aumentada, redes sociais e, é claro, criptomoedas.
Apesar do debate sobre o assunto ter crescido nos últimos meses, o conceito não é tão novo assim. No filme do mestre Steven Spilberg intitulado “Ready Player One” de 2018, o tema já tinha sido abordado e o nome metaverso foi usado pela primeira vez em 1992 no livro “Snow Crash”, do escritor estadunidense Neal Stephenson.
Como funciona na prática?
O usuário precisa de óculos de realidade virtual, fones de ouvido e sensores para entrar em um mundo virtual online repleto de espaços fictícios. O uso desses equipamentos “teletransporta” a pessoa para um mundo que existe apenas virtualmente e que não está ao nosso alcance no mundo real. Esses equipamentos transformam o metaverso em uma realidade cada vez mais palpável e que revolucionará a forma de consumo no entretenimento, em produtos e em serviços.
Metaverso e criptomoedas
Para que o universo do metaverso funcione é necessário a existência de uma economia e é aí que entram as criptomoedas. Existem diversos criptoativos que investem nesse conceito, como a The Sandbox (SAND) e a Axie Infinity (AXS) que trazem o metaverso como um jogo.
Enquanto o metaverso do antigo Facebook é um espaço controlado por uma empresa que oferece serviços diferenciados, o ambiente metaverso para os criptoativos é um espaço descentralizado, em que os serviços são oferecidos por protocolos localizados naquela rede.
Os universos do metaverso e das criptos já estão tão linkados que, por exemplo, o token Gala subiu mais de 52.000% no ano passado e as moedas digitais associadas ao metaverso foram as que mais se valorizaram em 2021. Além disso, a expectativa é que o NFT (token não fungível) se torne a forma prioritária de negociar no metaverso.
Uma previsão da Grayscale Investments destaca que o metaverso possui o potencial para gerar negócios de US$ 1 trilhão por ano em diferentes setores como o varejo, entretenimento, esportes e indústria. Isso só vai acontecer pelas redes de pagamentos que utilizam criptomoedas, do surgimento de ambientes virtuais desenvolvidos com apoio da tecnologia blockchain e de bens soberanos NFT. Se o metaverso já faz parte do nosso presente, ainda que de forma tímida, as criptomoedas serão a base do mundo do metaverso no futuro próximo.
*Beibei Liu é CEO da exchange brasileira NovaDAX
As informações contidas neste texto são de responsabilidade da autora e não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Este texto não é uma recomendação de investimento e cada decisão deve ser acompanhada de uma pesquisa independente.
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