IoT pode quebrar a barreira entre o homem e a máquina, afirma no Brasil, CEO e professora de Stanford
O potencial disruptivo da Internet das Coisas (IoT) foi debatido em um congresso brasileiro que frisou que a tecnologia pode quebrar barreiras na sociedade
Em um vídeo, um dançarino e um robô conectado a internet performam um número de dança, onde sensores instalados na máquina identificam os movimentos humanos e interagem de forma harmônica. Esta foi a analogia utilizada por Sudha Jamthe, CEO na IoT Disruptions e Professora na Stanford University, para abrir a palestra “Global IoT Disruptions for the Connected World”, segundo um comunicado de imprensa compartilhado no dia 25 de junho com o Cointelegraph.
O vídeo foi apresentado no primeiro dia do Abinc Summit – Conexão IOT, primeiro congresso realizado pela Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC) para fomentar o avanço da aplicação da tecnologia na economia brasileira. Segundo Sudha, a Internet das Coisas (IOT) torna as coisas comuns ao nosso redor mais inteligentes.
“O grande volume de dados coletados podem ser processados para definir a inteligência humana, o que nos faz questionar o que é artificial sobre a I.A.”, destaca.
No campo das criptomoedas, diversas aplicações tem sido desenvolvidas especificamente voltadas para IoT, como no caso da Nayuta que desenvolveu uma aplicação que habilitará pagamentos e transações de dados com Bitcoin em hardwares configurados para IoT usando a Lighting Network.
Recentemente também Shawn Fanning, criador do Napster, lançou a Helium, um projeto baseado em blockchain voltado para dispositivos de hotspot sem fio e com foco na Internet das coisas.
Além destes e outros desenvolvimentos, a IOTA, uma das principais critpomoedas do mercado, foi criada especificamente voltada para a industria IoT e, visando ser uma espilha dorsal para este novo padrão tecnologico, usa uma rede DLT própria, o Tangle, sem taxas e escalável na qual as transações não são confirmadas em blocos mas por um sistema no qual cada transação valida duas anteriores.
Ainda segundo Jamthe, na conferência brasileira, o aprendizado da máquina aplicado às coisas inteligentes modificam a interface homem-máquina, logo, se a inteligência humana puder ser replicada e a experiência humana puder ser profundamente aprendida por meio dos dados coletados, a barreira entre o homem e a máquina começará a desmoronar.
“Os dispositivos de IoT estão sentindo nossos ambientes com computação gestual, sentindo nossas emoções com computação afetiva e personalizando nossas experiências com computação de reconhecimento, com isso, estamos ajudando as máquinas a desenvolverem autoconsciência com personalidade e opiniões, para se tornarem nossas amigas, parceiras e até mesmo parte de nossas famílias”.
Com todas essas possibilidades, os dados gerados pelos dispositivos conectados à internet fortalece a construção de uma inteligência artificial cada vez mais assertiva e personalizada. Com isso é possível gerar inúmeras aplicações, como a tomada de decisões, em tempo real, sobre o andamento de um ciclo produtivo na indústria, por exemplo, ou a realizar uma previsão de demanda e até mesmo em negócios B2B.
“A mobilidade da informação é o grande trunfo da IOT. Ela leva a uma inteligência cada vez maior na administração de cidades, nos transportes, formas de pagamentos e diversas outras aplicações feitas para tornar o dia a dia mais prático, ágil e eficiente. Toda informação coletada é de grande valia para ajudar as empresas a entenderem as necessidades de seus consumidores para, a partir daí, inovarem na elaboração de seus produtos e serviços”, conclui.
Como reportado pelo Cointelegraph, engenheiros e produtores eletrônicos da Bosch querem ter um papel ativo na defesa da liberdade dentro do ambiente de IoT. A Bosch, que tem vários projetos em desenvolvimento no setor, destacou a tecnologia de contabilidade distribuída (DLT), incluindo blockchain, como parte essencial no futuro tanto IoT quanto a análoga Economy of Things e portanto não podem sofrer com possível censuras políticas governamentais.
A empresa, aparentemente, está preocupada com o impacto da censura e reações retrógradas para tecnologias sem fronteiras como a blockchain.
“Para construir confiança no ecossistema digital, nós precisamos de plataformas abertas e uma internet em que os usuários tenham o poder de decidir por si próprios”, comentou o CEO Dr. Volkmar Denner nessa semana na conferência Bosch ConnectedWorld (BCW) em Berlim.