Investidores precisam ficar de olho nas startups em 2022: US$ 650 bilhões no mundo e US$ 29 bilhões no Brasil em aportes

Fintechs deverão manter liderança dos investimentos incluindo setores como o de negociação de criptomoedas

Dados da plataforma de análise Crunchbase divulgados no início deste ano indicam estabilidade nos financiamentos de capital de risco em 2022. Para empresa, o setor deverá receber um total de aporte mundial estimado em quase US$ 650 bilhões, reprisando 2021. Isso porque, segundo a plataforma, muitas startups já estão cheias de dinheiro, com foco nas saídas e nas consequências da alta de juros. 

O que sugere novos aportes em fintechs, blockchains e biotechs com iniciativas ainda começando. É o caso do Brasil, que além de novos projetos poderá registrar crescimento de pelo menos 50% em financiamentos a startups, segundo especialistas. Algumas previsões mais otimistas indicam que os investimentos de risco podem triplicar em 2022 e elevar o total de aportes para quase US$ 30 bilhões este ano.  

Traçando um paralelo mundial com 2021, a Crunchbase projetou a manutenção da liderança das fintechs nos investimentos deste ano, em setores como o de negociação de criptomoedas, infraestrutura de pagamentos e neobancos, responsáveis por aportarem quase US$ 150 bilhões no ano passado.

No caso do setor de criptomoedas, a Crunchbase diz que o montante ficará na casa dos US$ 21 bilhões, caso se repitam os números de 2021. O valores se explicam devido ao crescimento de mais de 30 unicórnios, startups com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão, somente no setor de criptomoedas ao redor do planeta segundo a agência. 

Citando a atuação da Terapêutica Moderna, que a plataforma chamou de ‘pouco mais que uma startup’ na produção de vacinas contra Covid-19, as biotechs deverão ter protagonismo neste setor em 2022, e não apenas em relação à pandemia. 

Foi o que também mostrou uma publicação da CNN Brasil desta segunda-feira (24) estimando que os investimentos em startups podem movimentar quase US$ 30 bilhões no Brasil em 2022. O que, caso se confirmem algumas previsões, poderá quase que triplicar os resultados de 2021, quando 10 empresas alcançaram a avaliação de unicórnios e ajudaram a movimentar cerca de US$ 10 bilhões em aportes. 

Ao mensurar um cenário pessimista e outro otimista para este ano, o CEO da plataforma de análise de dados da América Latina Sling Hub, João Ventura, estimou uma capitação de recursos ‘mais modesta’ de US$ 19,7 bilhões e outra, otimista, de US$ 29,4 bilhões em capital de risco esse ano no Brasil.

Ouvida pela reportagem, a analista de investimentos da Fuse Capital, Beatriz de Orleans e Bragança, destacou o crescimento no setor de biotech em 2021 e lembrou que o país deverá ocupar a sexta posição no mercado farmacêutico em 2023, com uma movimentação de US$ 39 bilhões e que o Brasil investirá US$ 333,1 bilhões em saúde até 2028. 

Neste pacote estariam, de acordo com Beatriz, projetos envolvendo células, moléculas e outros seres vivos para a produção de produtos farmacêuticos, agrícolas e alimentícios. Já a previsão da Crunchbase engloba startups com projetos ligados ao uso de Inteligência Artificial (IA) para a biotecnologia, como alternativa para tratamentos mentais e diagnósticos precoces, além de trabalhos relacionados ao aumento da longevidade. 

Para a CEO da Kria Camila Nasser, a blockchain, calcada na descentralização das estruturas, continuará atraindo investimentos para projetos que também envolvan tokens não fungíveis (NFTs) e criptomoedas. O que, segundo a representante da plataforma de investimentos em startups, retrata um avanço dessas novas tecnologias sobre os nichos tradicionais. 

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O Investidor-anjo e sócio da empresa de consultoria e gerenciamento Auddas, Julian Tonioli, aposta nas startups de tecnologias ligadas ao metaverso, ao 5G e às finanças descentralizadas (DeFi)

O CEO e cofundador do ecossistema de startups Distrito, Gustavo Gierun aposta na continuidade de liderança histórica das fintechs no que diz respeito a novos investimentos este ano, em projetos desenvolvidos no Brasil. 

As startups também se transformaram em uma espécie de ‘El Dorado’ no Vale do Silício, nos Estados Unidos. A região vive passa por um tipo de  êxodo protagonizado por profissionais de tecnologia, inclusive de ex-funcionários de grandes empresas tecnológicas, em direção a estas startups: os ‘criptonômades’, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

 

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