Investimento em Fundos de Bitcoin e criptomoedas dispara no Brasil e QR passa de R$ 100 milhões sob gestão

Investimento em Bitcoin cresce no Brasil e pela primeira vez um fundo regulamentado pela CVM e com exposição em criptomoedas passa de R$ 100 milhões sob gestão

O investimento em fundos brasileiros, autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários, CVM, com exposição ao mercado de Bitcoin e criptomoedas vem crecendo em numero de adeptos.

O interesse dos investidores em ter uma exposição ao mercado de criptoativos é tanto que recentemente a QR Asset Management, gestora do grupo QR Capital, registrou mais de R$ 100 milhões sob gestão.

O valor levou a empresa a ser a primeira do Brasil a atingir esta marca.

A QR Asset Management gere, hoje, três fundos regulados de criptomoeda: o QR Blockchain Assets, para investidores qualificados, e o VTR QR Cripto, um master fund com alocações
de fundos da Vitreo, lançados no primeiro trimestre; e o QR BTC MAX, o primeiro fundo 100% de bitcoin do Brasil, que conta com gestão passiva e custódia institucional, disponibilizado este mês.

Bitcoin e criptomoedas

O aumento da busca pelas criptomoedas é significativo. Em setembro, a quantidade de endereços ativos de bitcoin ultrapassou 1,14 milhão, de acordo com o provedor de dados on-chain CoinMetrics.

Trata-se do nível mais alto desde a alta do mercado de 2017. Ao mesmo tempo, os fundos regulados de criptoativos têm crescido. Em dezembro de 2019, existiam cinco fundos que, juntos, somavam 1,3 mil cotistas e cerca de R$ 26 milhões em Patrimônio Líquido.

Segundo o site da CVM, até o dia 20 de setembro, os dez fundos ativos no mercado acumulavam 18 mil cotistas e R$ 302 milhões em PL.

“O bitcoin foi feito para momentos de crise. E agora os investidores estão vendo que é um ativo forte e resiliente, com potencial de ser usado como reserva de valor, diversificação de portfólio e hedge contra a inflação. Juntamente ao bitcoin, as outras moedas digitais estão se fortalecendo e entrando no radar dos investidores, sejam eles de varejo ou profissionais. Diversas empresas estão colocando parte do caixa em bitcoin e gestores famosos têm entrado nos criptoativos. É uma tendência global que só vai se ampliar daqui pra frente.”, destaca Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management.

QR

Os três fundos de criptoativos geridos pela gestora somam R$ 101 milhões, o maior Patrimônio Líquido (PL) do mercado, deixando a gestora com 33% de market share.

Todos os fundos têm exposição integral (sem percentual em renda fixa), custódia institucional com seguro e alocação direta no exterior, sem a necessidade de intermediários offshore, que costumam impactar negativamente as taxas de administração.

A gestora conta com um time especializado em ativos digitais e no mercado financeiro para a gestão dos recursos.

O QR Blockchain Assets tem mais de R$ 4 milhões de PL, aplicação mínima de R$ 10 mil e acumula uma rentabilidade de 45,69% nos últimos seis meses. Está disponível nas distribuidoras Guide, Órama, Necton e Warren.

Já o VTR QR Cripto, master fund que recebe as aplicações dos fundos da Vitreo (100% do Vitreo Criptomoedas e 20% do Vitreo Criptomoedas Light), tem aplicação mínima de R$ 5 mil e acumula PL de cerca de R$ 96 milhões, além de rentabilidade de 52,06% no semestre.

O QR BTC MAX, primeiro fundo 100% de bitcoin do Brasil lançado no início de outubro, tem gestão passiva, custódia institucional e um PL de mais de R$ 800 mil. Está disponível na distribuidora Órama ou através do próprio site da QR Asset.

Investimento

Os fundos integrais de criptoativos permitem que investidores se exponham a esta nova classe de ativos através de cotas de um investimento regulado pela CVM e pela Anbima.

Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, explica o benefício de se investir em cripto através de um fundo regulado, em vez de comprar de forma autônoma em corretoras.

“Todos os processos são de responsabilidade da gestora, eliminando a necessidade de o investidor lidar com carteiras digitais, chaves privadas e exchanges. A custódia institucional é feita em deep cold storage, isto é, um tipo de disco rígido sem acesso à internet que garante a mais alta segurança para os ativos. O investidor médio, sem o fundo, não tem acesso a esse tipo de custódia”, declarou.

No caso da QR, a custódia institucional é feita por empresas reguladas especialistas no setor – a Coinbase e a Bitgo.

Elas guardam as chaves privadas em deep cold storage. Além disso, os ativos do fundo são protegidos por um seguro global que cobre perdas de até US$ 255 milhões (R$ 1,428 bilhão).

Para que um investidor individual tenha acesso a esta ferramenta, é necessário ter, no mínimo, US$ 1 milhão (R$ 5,6 milhões) em custódia de criptoativos.

Confira a rentabilidade dos demais fundos com exposição em Bitcoin e criptomoedas

Fundo No mês No ano 3 meses 6 meses
VITREO CRIPTOMOEDAS LIGHT FIC FIM 1,84% 16,40% 7,15% 11,24%
VTR QR CRIPTO FIM IE 9,19% 90,63% 33,82% 54,34%
BLP CRYPTO ASSETS FIM IE -0,71% 149,09% 40,99% 104,08%
HASHDEX CRIPTOATIVOS DISCOVERY FIC FIM 2,54% 22,52% 7,19% 12,30%
HASHDEX CRIPTOATIVOS VOYAGER FIM IE 13,91% 136,22% 42,73% 74,75%
QR BLOCKCHAIN ASSETS FIM IE 7,60% 46,86% 44,09% 51,18%
BLP CRIPTOATIVOS FIM -0,05% 23,99% 7,56% 16,88%
VITREO CRIPTOMOEDAS FIC FIM INVES 9,17% 89,87% 33,70% 53,94%
HASHDEX CRIPTOATIVOS EXPLORER FIC FIM 6,43% 50,01% 18,01% 28,24%
QR BTC MAX FIM IE 8,31% 8,31% -% -%
CDI 0,11% 2,39% 0,49% 1,16%

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