Fundo de investimento tem prejuízo de 95% com aporte de mais de US$ 10 milhões em coleção de NFTs

Lançada em agosto do ano passado, a coleção Loot imediatamente despertou a atenção da comunidade cripto e em uma semana o preço-base de seus NFTs disparou, mas menos de um ano depois ela parece ter sido esquecida.

Nesta semana, o cofundador do fundo de investimento em criptomoedas Multicoin Capital, Kyle Samani, fez um comentário no Twitter revelando prejuízos de 95% em um investimento de mais de US$ 10 milhões na coleção de NFTs Loot.

Apesar das perdas, Samani não lamentou o equívoco de ter apostado na coleção – na época do lançamento, Loot foi saudada como totalmente inovadora pela comunidade. Em um comentário subsequente, o gestor afirmou que a eventual perda total do patrimônio investido é algo para o qual deve-se estar preparado nesse mercado incerto e volátil.

Estar disposto a perder 100% do capital em operações de risco é *muito* importante para nosso sucesso no longo prazo

— Composability Kyle (@KyleSamani)

Loot foi uma coleção de 8.000 NFTs lançada sem muito alarde por Dom Hofmann, co-criador do aplicativo de mídia social Vine, no final de agosto do ano passado. Ele simplesmente disponibilizou um contrato inteligente que permitia que qualquer interessado pudesse mintar um NFT do Loot.

Como resultado, teria um texto branco sobre fundo preto descrevendo alguns itens e atributos combinados aleatoriamente durante o processo de mintagem. Com graus diferentes de raridade, o conjunto de itens e atributos gerados em cada NFT foram entendidos como as pedras fundamentais para o desenvolvimento de um futuro fantasy game a ser criado pela própria comunidade formada em torno da coleção.

Loot Bag #7065. Fonte: OpenSea

Na semana que se seguiu ao lançamento do projeto, os NFTs do Loot geraram aproximadamente US$ 230 milhões em volume negociado no mercado secundário. Diversas comunidades adjacentes se formaram em torno da coleção.

Por exemplo, um membro da comunidade criou e distribuiu NFTs SCORE – delineando as qualidades que acompanham cada Loot. Depois, alguém criou NFRs REALMS – terrenos virtuais com características únicas sobre um mapa fictício gerado também aleatoriamente.

Até mesmo um token nativo para o ecossistema criado em torno da coleção original foi criado: a Adventure Gold (AGLD), que chegou a render mais de US$ 60.000 aos detentores de Loots através de um airdrop.

No auge comercial da coleção, o preço-base de um NFT da Loot chegou a 14 ETH em 3 de setembro – aproximadamente US$ US$ 50,440 na cotação da época. E foi justamente neste momento que a Multicoin Capital realizou seu investimento de “oito dígitos”, conforme revelou Samani.

Foi o primeiro aporte do fundo de investimento em projetos de NFTs, conforme o executivo revelou na época, justificando a escolha do projeto por se tratar do “o primeiro jogo nativo de criptomoedas em que se poderia investir diretamente”.

A popularidade foi extremamente fugaz, pois os valores movimentados pela coleção declinaram rapidamente. Uma semana depois de atingir o ápice, o preço-base de um NFT da Loot já valia três vezes menos.

Dados da plataforma de monitoramento do mercado de NFTs CryptoSlam mostram que atualmente o preço-base da Loot está apenas um pouco acima de 1 ETH (aproximadamente US$ 2.700). Além disso, a coleção sequer figura entre as 50 maiores do marketplace OpenSea em termos de volume de negociação.

Nos últimos 30 dias, a Loot registra uma queda de 83% no volume de NFTs negociados e as transações que renderam lucro aos detentores de NFTs da coleção caíram 76,4%, ainda segundo o CryptoSlam.

Em outro comentário no Twitter, Samani disse que, apesar do prejuízo de 95% sobre o investimento, o Multicoin Capital não se desfez dos NFTs da Loot. O executivo revelou que ainda há disposição do fundo para se envolver em jogos que estão sendo construídos a partir da coleção original.

Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, o mercado de NFTs ganhou um impulso de retomada do crescimento a partir do lançamento e da comercialização dos terrenos virtuais do metaverso Otherside, da Yuga Labs, que ocorreu no último sábado, 30.

LEIA MAIS

Você pode gostar...