Investidores colocam Bitcoin como “ativo de risco”, não como reserva de valor
Nos últimos anos o Bitcoin passou a ser comparado com o ouro, um dos mais antigos ativos utilizado como reserva de valor. Alguns investidores do Bitcoin, porém, tratam o ativo como de risco.
Isso porque nos últimos dias o comportamento do preço do Bitcoin se mostrou alinhado a outros ativos de risco. O S&P 500, por exemplo, foi um dos que mostrou correlação com o preço do Bitcoin.
Outro ativo que mostrou similaridade é o petróleo. Cabe o destaque que o petróleo e o S&P 500 são considerados de risco, algo que o Bitcoin tem sido considerado de forma contrária pelos entusiastas da tecnologia.
Economista quântico apontou que Bitcoin pode estar se mostrando um ativo de risco
O ouro é de fato o ativo que mais se especula quando o assunto é reserva de valor. Além disso, o preço do ouro tem inclusive dado bons retornos aos seus investidores no ano de 2020, com mais de 9% de ganhos no ano.
O preço do ouro tem girado em torno de U$ 1700 por onça, após iniciar o ano em cerca de U$ 1500. Cabe o destaque que o cenário é de incertezas, fato que impulsiona o ouro, que após a crise do Irã com os EUA, e a guerra comercial deste último com a China, se voltou para o Coronavírus.
Na medida em que foi se tornando popular, o Bitcoin passou a ser apontado como o ouro digital. Em alguns momentos de crises, o Bitcoin foi alçado a ser um dos ativos que pode ter alta procura pela população, para manter o valor de um patrimônio.
Contudo, de acordo com Mati Greespan, que é economista quântico, o preço do Bitcoin tem se mostrado ruim como reserva de valor. Após um comportamento similar ao do petróleo e S&P 500 nos últimos dias, o Bitcoin poderia ser melhor colocado como ativo de risco.
Na verdade, está realmente mostrando sinais de comportamento como um ativo de risco [em gráficos de curto prazo].
O índice S&P 500, que reúne quinhentos ativos das bolsas NYCE e Nasdaq, valorizou apenas 0,06% em 2020. Já o petróleo nos EUA, perde mais que 16% em relação ao dólar. O Bitcoin, no que lhe concerne, ganha 30% no ano, mesmo com a previsão de similaridade dos últimos dias feita por Mati.
Entusiasta famoso do Bitcoin, Andreas Antonopoulos alertou que investidores de criptomoedas podem ter problemas em eventual crise econômica mundial
Na última segunda, mesmo com a B3 paralisada pelo feriado de Carnaval, as bolsas de valores do mundo todo tremeram com o Coronavírus. A pausa no Brasil salvou o índice local, o Ibovespa, de registrar queda semelhante. De acordo com o Jornal de Negócios de Portugal, Wall Street e os índices Dow e S&P 500 tiveram a pior sessão dos últimos dois anos na última segunda (24).
Contudo, o clima de incertezas globais também poderia afetar o mercado de criptomoedas, segundo Andreas Antonopoulos. Para Andreas, em entrevista ao Block.tv no último dia 17, uma crise econômica seria terrível para as criptomoedas.
Andreas acredita que a crise de 2008 não foi completamente superada, com a próxima grande crise econômica se aproximando. Além disso, apontou que o cenário será certamente importante para testar a narrativa das criptomoedas serem um porto seguro, semelhante ao ouro.
Mesmo assim, lembrou que um freio em investimentos tradicionais pode impactar também alocações em criptomoedas, ou seja, uma crise poderia sim afetar o criptomercado.
As criptomoedas não estão prontas para suportar a escala de bilhões de pessoas utilizando sua tecnologia, não no momento
Apesar dessa posição, Andreas defendeu que seu pensamento nunca foi em relação ao preço do Bitcoin, mas da educação sobre sua tecnologia. Ou seja, o entusiasta não afirmou que o preço das criptomoedas perderia valor, mas que a tecnologia pode não estar pronta para bilhões de usuários. A chave para não perder dinheiro com criptomoedas, segundo Andreas, é o estudo sobre esta tecnologia.
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