Instituto Educar+ usa blockchain e Web 3 para transformar a vida de jovens da periferia

No Rio de Janeiro, o Instituto Educar+ usa blockchain e Web 3 para transformar a vida de jovens da periferia

No Rio de Janeiro, o Instituto Educar+ usa blockchain e Web 3 para transformar a vida de jovens da periferia e já acumula inumras conquistas como uma indicação ao prêmio Women in
Tech LATAM e o primeiro lugar no Hackathon do ETHBogotá, na Colômbia.

Nascida e criada na favela do Final Feliz, no Complexo do Chapadão, Carol dos Santos (24), irmã mais velha de cinco irmãos, iniciou, aos 19 anos, o Educar +. Na intenção de facilitar o acesso à leitura dentro da favela onde morava, em 2017, com a ajuda de  amigos e vizinhos, Carol construiu um pequeno acervo com livros doados. 

Isso deu inicio à rodas de leituras mensais que aconteciam num espaço cedido por uma igreja local. Com o início das atividades, um déficit presente na maioria das comunidades do Rio de Janeiro foi percebido: as crianças não sabiam ler.

No Brasil 11 milhões de pessoas são analfabetas. Das crianças de 6 a 7 anos de idade, 40% ainda não haviam sido alfabetizadas em 2021, de acordo com o IBGE. Entre as crianças pretas, maioria nas favelas do Rio de Janeiro, o número aumenta: 47,7%.

Percebendo que não adiantaria mais livros enquanto as crianças não soubessem como usá-los, o Educar + precisou deixar de ser apenas um espaço de leitura para se tornar, também, um local de aprendizagem. A partir disso o projeto passou a implementar programas de alfabetização, cultura e incentivo à leitura, com a ajuda de livros e materiais doados.

“Nossa missão é expandir a perspectiva de mundo de crianças, adolescentes e jovens através da educação, cultura e tecnologia” diz Carol, CEO do Educar +.

Educar+

Graças ao trabalho de Carol e dos voluntários da iniciativa, em 2019, o projeto participou de uma mentoria que os permitiu comprar o espaço e em 2021, participou do programa do Luciano Hulk que possibilitou a reforma do local.

Com este incentivo e por meio de parcerias as atividades do Educar+ cresceram e encontraram na blockchain e nas criptomoedas uma nova forma de empoderamento das comunidades. Hoje o Educar + trabalha em sua sede própria e tem em sua grade aulas que vão desde a Alfabetização até o Web3F.avela, que é o seu programa de educação sobre web3 para jovens da periferia.

Além disso, esse ano o Educar + lançou, em parceria com a Play4 Change, uma coleção de NFTs produzidas pelas crianças e adolescentes do projeto. As NFTs da coleção “Metaverso Chapadão” ainda estão disponíveis para compra na plataforma do Mercado Bitcoin.

50% do valor arrecadado vai para compra de novos computadores para o projeto e 30% vai para a família da criança artista.

Além disso, no último ano, o Educar+ iniciou o Programa Axie, com jovens maiores de 18 anos em parceria com a Play4Change, e inauguraram a Biblioteca Comunitária Universo e produziram um curta metragem. O espaço do projeto se mantém aberto todos os dias para empréstimo de livros e uso agendado da sala multimídia, além das aulas em sua grade de programação.

Dentro do pilar de tecnologia, havia também o Projeto EducaDAO – Renda Básica, que baseado em projetos como o Bolsa Família, incentiva as crianças a participar de atividades extracurriculares através de doações de criptomoedas, contribuindo para a diminuição da evasão escolar, mas, segundo Carol, o projeto ainda não foi pra frente por falta de recursos.

“Tudo mudou, quando acreditaram em mim. Hoje, sou pedagoga, pesquisadora, casada e educadora popular. Por isso, hoje, eu acredito em cada uma das crianças que fazem parte do projeto e faço questão de que elas saibam disso para que mais pra frente eles possam ser o que quiserem ser e blockchain pode ajudar a criar uma nova história para elas”, disse.

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