Instituições estão ‘extremamente interessadas’ em ETFs de criptomoedas, mas investimentos esfriaram, revela pesquisa
Quase metade dos gestores de fundos ouvidos em uma pesquisa planeja adicionar ETFs de criptomoedas aos seus portfólios em 2023, mas apenas um quarto aumentará a exposição a ativos digitais.
O interesse institucional em criptomoedas não foi congelado, apesar deste mercado ter caído 60% em relação às máximas históricas durante o inverno cripto de 2022. A maioria dos gerentes de ativos afirmou que está “extremamente interessada” em fundos negociados em bolsa (ETFs) atrelados a criptoativos.
Em 3 de abril, a empresa de serviços financeiros Brown Brothers Harriman (BBH) divulgou a edição 2023 de sua Pesquisa Global de Investidores de ETFs, que entrevistou 325 investidores institucionais, consultores financeiros e gestores de fundos dos Estados Unidos, Reino Unido, Europa e China.
Ele descobriu que quase três quartos dos investidores institucionais afirmaram estar “extremamente” ou “muito” interessados em ETFs de criptomoedas, mas os efeitos do inverno cripto parecem ter esfriado momentaneamente o apetite dos entrevistados. Apenas um quarto disse que espera aumentar a alocação em ETFs cripto nos próximos 12 meses. O número representa uma queda de 6% em relação a 2022.
The findings of our 2023 Global ETF Investor survey are out. Explore the report to learn about the shifts ETF investors are making in the face of macro and market changes, and what the last decade in ETFs can tell us about the next ten years. https://t.co/KeTeAUfz8G#ETFs pic.twitter.com/ueDlwvynNQ
— Brown Brothers Harriman (@bbh) April 3, 2023
As conclusões de nossa pesquisa Global ETF Investor de 2023 foram divulgadas. Explore o relatório para saber mais sobre as mudanças que os investidores de ETF estão fazendo em seus portfólios diante do cenário macro e das tendências do mercado, e o que a última década pode nos dizer sobre os próximos dez anos dos ETFs.
— Brown Brothers Harriman (@bbh)
Embora os ETFs atrelados a criptomoedas tenham caído na lista de prioridades para alguns, quase metade ainda planeja adicionar ETFs cripto a seus portfólios este ano como forma de diversificação de investimentos.
BBH explicou que o aumento no interesse por ETFs de criptomoedas se deve em parte ao fato de que os gestores de fundos estão aprendendo a lidar com a volatilidades inerente a este mercado:
“À medida que os investidores se adaptam à volatilidade, eles diversificam seus portfólios e adicionam produtos mais inovadores. Mesmo com um ano tumultuado em criptomoedas, o interesse não esfriou totalmente.”
A BBH acredita que um marco regulatório mais clara aumentará ainda mais a demanda por exposição a ETFs de criptomoedas, pois proporcionará mais “conforto” aos investidores com relação a esse nicho do mercado:
“Espera-se que iniciativas como o projeto de regulamentação dos mercados de criptoativos da UE reduzam significativamente o risco dos investimentos em criptoativos e forneçam uma ‘camada adicional de conforto’ para os gestores de fundos se envolverem com o mercado de criptomoedas.”
Mais de 40% dos entrevistados afirmaram administrar mais de US$ 1 bilhão em ativos e mais da metade disse ter mais de um quarto de seu portfólio investido em ETFs.
Entre os maiores ETFs cripto do mercado estão o ProShares Bitcoin Strategy (BITO), disponível na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), e o Bitwise 10 Crypto Index Fund (BITW). O BITO foi supostamente o primeiro ETF vinculado ao Bitcoin lançado nos Estados Unidos, enquanto o BITW rastreia as 10 maiores criptomoedas por capitalização de mercado.
O Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), embora não seja um ETF, é um dos maiores produtos de investimento em ativos digitais em termos de capitalização de mercado negociado em uma bolsa de valores, com um valor atual de US$ 11 bilhões, de acordo com o Google Finance.
Nem todos os ETFs cripto se saíram bem, já que os efeitos do inverno cripto fizeram com que dois ETFs de criptomoedas australianos – o BetaShares Crypto Innovators ETF (CRYP) e o Cosmos Global Digital Miners Access ETF (DIGA) – ostentarem o título de ETFs de pior desempenho no país.
Isso resultou no encerramento do DIGA, juntamente com o Cosmos Purpose Ethereum Access ETF (CPET) e o Cosmos Purpose Bitcoin Access ETF (CBTC), no final de 2022.
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