Inflação e Bitcoin: como índice abaixo do esperado pode afetar a criptomoeda
Queda de 0,59% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em maio surpreendeu mercado, que esperava inflação de 0,48% negativos. O número divulgado nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode desencadear nova onda sobre o Bitcoin.
A deflação medida pelo IPCA-15 é histórica. O valor é o menor desde 1994, no início do Plano Real. O setor de transportes, muito afetado pela paralisação econômica em meio à pandemia, foi o que mais sofreu queda de preço: -3,15%.
Segundo o IBGE, a variação responde por 0,63 pontos percentuais do índice e tem relação com o barateamento do combustível.
Já as companhias aéreas tiveram recuo de 27,08% em maio. A crise do coronavírus, vale lembrar, motiva o pedido de recuperação judicial da Latam nos EUA.
Os demais variaram entre subida de 0,46% e queda de 0,20%. As altas registradas em outros setores, portanto, não compensaram os preços menores e levaram o índice para baixo.
Pressão da inflação sobre os juros
A queda na inflação para o patamar negativo costuma pressionar os juros para baixo. A medida é uma tentativa de atender a meta de inflação, atualmente de 4%. A Selic já está no menor nível histórico, de 3%, mas deverá cair ainda mais.
Já se esperava uma redução dos juros brasileiros para a base de 2,25% até o final do ano. No entanto, a queda na inflação acima do esperado poderá influenciar a decisão do Copom.
O economista Fernando Ulrich é um dos que defende Selic mais alta. Para ele, a alternativa para evitar nova queda é alterar a meta de inflação.
IPCA-15 de maio -0,59%. Mais um motivo para reduzir a meta de inflação para 2%. Baixar a SELIC ainda mais sob pretexto de “atingir a meta de inflação de 4%” trará mais instabilidades ao país.
Preço do Bitcoin
O dólar vem se desvalorizando frente ao real nos últimos dias. Pouco tempo após bater R$ 5,90, já é cotado a R$ 5,35 na tarde desta terça-feira. Mas, se uma redução da Selic para além dos 2,25% estiver no horizonte, a moeda americana pode voltar a subir.
Atualmente, a curva de preço do BTC vem se aproximando do valor em dólar, subindo quando há ganho real na cotação da criptomoeda no mercado internacional. Entretanto, o Bitcoin depende que o dólar não suba para evitar pressão artificial.
Após abrir acima dos R$ 49 mil nas exchanges brasileiras, o Bitcoin perdeu o piso e voltou a ser negociado, em média, na casa dos R$ 48 mil, segundo o Cointrader Monitor.
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