Além do Bitcoin, entenda como funciona o mercado de investimento em moedas estrangeiras no Brasil

O mercado futuro de moedas, como dólar, euro, entre outras, também é considerado um mercado novo no país e até mesmo menor que o de criptoativos já que cerca de 50 mil brasileiros negociam neste mercado

Os investidores brasileiros que já estão acostumados ao mercado de moedas digitais, como Bitcoin, Ethereum entre outros podem não saber mas o mercado futuro de moedas, como dólar, euro, entre outras, também é considerado um mercado novo no país e até mesmo menor que o de criptoativos já que cerca de 50 mil brasileiros negociam neste mercado, de acordo com a Infinox Capital.

Esse tipo de investimento serve para proteção ou a negociação do preço das moedas, como o euro, real e iene japonês, contra o dólar, por exemplo, em datas futuras. Além disso, a entrada nos contratos está disponível para pessoa física e jurídica, o que os diferenciam são os tipos de investimentos e contratos de moedas.

“Para começar a negociar nos pares de de FX, abreviação de troca de moedas em inglês, basta que o investidor tenha acesso a alguma corretora local”, explica Victor Hugo Cotoski, executivo da Infinox Capital – trading inglesa que forma mercado futuro no Brasil. Para exemplificar esse tipo de investimento Cotoski ilustra a seguinte situação:

Se você deseja negociar dólares americanos contra euros, deve-se procurar o código EUP em sua plataforma de negociações disponibilizada pela corretora, desta forma, é possível comprar ou vender conforme a análise feita. Lembrando que os vencimentos dos contratos são mensais.

Caso o investidor queira realizar alguma especulação sobre os preços das moedas estrangeiras é possível, como a cotação do dólar americano contra a libra, que leva o código GBPUSD, ou dólar contra euro (EURUSD). Todos os pares possuem um código e contrato específico na bolsa de valores brasileira, a B3, conforme mostra a listagem abaixo:

Fonte: Infinox Capital

O que é o mercado à vista

O câmbio entre moedas estrangeiras é realizado de forma eletrônica, por meio do mercado de balcão, que é feito diretamente entre as partes ou com a intermediação de instituições financeiras, ou seja, o mercado à vista. A disponibilidade desse tipo de mercado é 24 horas por dia, nos cinco dias úteis da semana.

“Esse tipo de operação deve ser efetivada por instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio à vista pelo Banco Central do Brasil. Por este motivo os mini contratos futuros são instrumentos criados para investidores do varejo especularem ou se protegerem em relação as moedas”, explica o executivo da Infinox.

Perfil dos investidores

Qualquer pessoa que deseja abrir uma conta de investimentos em alguma corretora ou banco deve preencher um documento que avalia o perfil do investimento dela.

Os perfis conservadores ou moderados, por exemplo, não são adequados para esse tipo de modalidade, pois o mercado futuro de moedas é destinado para a categoria das pessoas que estão dispostas a enfrentar riscos.

Vale destacar que contratos carregam uma grande oscilação e possuem alavancagem, no qual é possível negociar com um volume maior que o depositado em conta, podendo assim gerar ganhos maiores proporcionalmente ou perdas superiores às margens de garantia, de acordo com Cotoski.

“O mercado de moedas proporciona um enorme leque de diversificação e potenciais rentabilidades, porém, é importante frisar que as perdas podem ser maiores que os ganhos. Cabe ao investidor definir seus limites e objetivos com a modalidade”, comenta o executivo da Infinox Capital.

Dificuldade de entender o mercado de moedas

Como é uma modalidade de investimentos nova no Brasil, os interessados no mercado de moedas têm algumas dúvidas se estão negociando um contrato à vista, derivativo ou produto futuro.

“Cerca de 98% dos 50 mil brasileiros em média que fazem a negociação em FX, mercado de câmbio no exterior, acreditam estar negociando no mercado à vista de moedas. Porém, é importante entender que esse mercado em específico é institucional e muitos se confundem, negociando derivativos achando que estão negociando contratos cheios e interbancários, ainda não existe acesso do varejo ao interbancário e muitos são enganados ou acreditam realmente estar negociando contra bancos e governos, por exemplo”, comenta Cotoski.

Desempenho de 2020

Durante o ano passado, o investidor que ficou atento ao dólar australiano, e comprou a moeda frente ao dólar americano (AUDUSD) teve ganhos acima de 20% em cerca de oito meses.

A Austrália é conhecida como o termômetro da Ásia e Oceania, portanto, sempre que há alguma atividade econômica que vai bem na região, a moeda tende a valorizar. Outro fator que podemos destacar é o peso do petróleo, sobre a economia australiana, quando houve uma queda brusca no preço do barril e chegou perto de zero em 2020, a cotação do par AUDUSD caiu fortemente.

Abaixo, a Infinox Capital aponta o desempenho da cotação do petróleo contra o par AUDUSD:

Fonte: Infinox Capital 

Na coluna vertical à esquerda está o preço do barril de petróleo, na cor verde, na coluna da direita a cotação do par AUDUSD, na cor azul dos últimos 5 anos.

Cotoski explica que a movimentação é correlacionada, portanto, quando o petróleo chegou a conotações negativas no mercado futuro, ou seja, muita oferta e zero demanda, o preço do par chegou a ser cotado a 0.560.

Após a contínua recuperação da economia na região e no mundo, o preço da commodity segue um movimento de recuperação e se relaciona com o AUD, que leva a cotação para cima. Atualmente, a negociação está em 0.773, cerca de 26% de ganho em 10 meses.

“O investidor que está atendo a essas relações, podem tirar proveito e investir em moedas. Esse é apenas um pequeno exemplo entre centenas de conexões no mercado de moedas” – nos conta o executivo da trading inglesa.

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