Impasse na Venezuela prejudica venda de petróleo
O presidente Nicolás Maduro baixou um novo decreto na Venezuela, que criou um impasse que poderá prejudicar a venda de petróleo no país.
Certamente o presidente esperava que obrigar as pessoas a usarem sua criptomoeda seria uma tarefa fácil. Isso porque o decreto expedido no início desta semana obriga os compradores de petróleo venezuelano a usarem a Petro.
A Petro é a primeira criptomoeda estatal que o mundo conheceu, sendo uma alternativa ao desvalorizado bolívar venezuelano. Neste país a inflação assola a população nos últimos anos, sendo essa criptomoeda a alternativa que o governo propôs para resolver os problemas.
A adoção desta, contudo, tem sido difícil no mercado, que vê um crescimento de dólar e outras criptomoedas na economia. Ou seja, a população não se sentiu a vontade em utilizar a moeda proposta, mas o governo bateu firme nesta semana.
Emissão de documentos, venda de petróleo, abastecimento de aeronaves: tudo deverá ser pago com Petro
A nova realidade do governo venezuelano é que a sua criptomoeda deverá ser utilizada para tudo. Dessa forma, o novo decreto de Nicolás Maduro, praticamente obriga a população a utilizar a criptomoeda Petro.
A emissão de documentos no país, o abastecimento de aeronaves e até a venda de petróleo só será possível nessa moeda. Isso certamente é uma medida que estimula o uso da Petro no cotidiano.
Contudo, o país é um inimigo dos EUA com várias sanções impostas por este último. Uma delas inclusive é que os cidadãos não comprem e utilizem a criptomoeda Petro.
Com isso, um impasse na venda de petróleo se passa na Venezuela, uma vez que as empresas que negociavam esta commoditie estão receosas com o novo decreto do país.
Entenda o impasse na venda de petróleo
De acordo com a Bloomberg, alguns clientes do petróleo venezuelano interromperam a compra do ativo na última semana. A medida teria sido após o novo decreto do presidente, que obriga o pagamento de taxas portuárias em Petro.
Pelo menos 1 milhão de barris de petróleo teriam ficado sem serem vendidos pela reação dos clientes. As taxas portuárias eram pagas com a moeda Euro, mas a exigência em Petro assustou uma vez que as empresas poderiam infringir as sanções dos EUA.
A Bloomberg lembrou que a medida pode ser ruim para a Venezuela, visto que a venda de petróleo superava recentemente as sanções impostas pelos EUA, com uma retomada no volume negociado. Ou seja, o principal ativo do país, que praticamente segura a economia local, está com dificuldades de negócio.
As empresas que compram petróleo no local possuem proibição de comprar Petro. Com isso, não portam nem dinheiro para que seja totalmente coibida a compra da criptomoeda venezuelana por algum funcionário.
Algumas empresas não compram petróleo mais no país, mas trocam por gasolina ou diesel. Outras como, por exemplo, a Eni SPA, recebem petróleo em troca de dívidas antigas. Ou seja, nem todo o petróleo que sai do país é em troca de dinheiro, sendo o novo decreto algo sério a se considerar. Será que Nicolás Maduro irá recuar ou a Petro ganhará uma forte adoção?
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