FMI reitera pedido de regulamentação cripto após ‘ano difícil’ do ecossistema

De acordo com o FMI, os regulamentos devem incluir “exigências prudenciais rígidas” para emissores de stablecoin após a perda de paridade de USD Coin e Dai.

O Fundo Monetário Internacional apontou o colapso da FTX, bem como a “turbulência” no setor bancário, em seus pedidos de regulamentação de ativos digitais.

Em seu “Relatório de Estabilidade Financeira Global” divulgado em 11 de abril, o FMI renovou os pedidos de “regulamentação abrangente e consistente e supervisão adequada” após as falências de empresas de criptomoedas, incluindo a FTX, e o subsequente colapso de bancos amigáveis às criptomoedas, como o Silicon Valley Bank e o Signature Bank. Segundo a agência financeira, a regulamentação para as entidades no ecossistema de criptoativos – com “requisitos prudenciais rigorosos” para emissores de stablecoins – deve incluir o armazenamento, transferência, câmbio e custódia de reservas para ativos digitais.

“O reflexo do [Silicon Valley Bank] no setor financeiro central reverberou pelo ecossistema cripto e instituições financeiras expostas a ele”, afirma o relatório. “Sua falência resultou em um descolamento de duas stablecoins (Circle USDC e Dai), que mantinham depósitos não segurados no banco, bem como na queda do Signature Bank de Nova York, pois os investidores ficaram preocupados com sua participação no setor de cripto. Esses eventos acrescentam dúvidas sobre a viabilidade dos ativos digitais e reforçam a necessidade de regulamentação adequada.”

A comunicação clara dos bancos centrais é essencial para minimizar a incerteza econômica e financeira, e o uso de ferramentas separadas para alcançar os objetivos de política monetária e estabilidade financeira pode abordar vários desafios simultaneamente. https://t.co/FbiSNdCpVd #GFSR #IMFpublications pic.twitter.com/rCBJQEyi6Y

— FMI (@IMFNews) 11 de abril de 2023

O relatório cita um “ano difícil para cripto” em 2022, apontando o colapso da exchange FTX – não as falências da Terraform Labs, Celsius Network ou outras que precederam o pedido de falência da empresa – como um evento que “criou contágio significativo” no ecossistema. No entanto, o FMI relatou que o impacto fora do espaço cripto devido a esses colapsos foi amplamente “limitado”.

As críticas às criptomoedas e ativos digitais não são novidade para o FMI. Em fevereiro, o conselho executivo da agência endossou um arcabouço político que não incluía o reconhecimento de cripto como moeda legal. No entanto, os membros teriam se inclinado mais para a regulamentação de ativos digitais do que para a proibição total.

O órgão internacional de monitoramento Financial Stability Board planeja publicar suas próprias recomendações para abordagens regulatórias e de supervisão de criptoativos e stablecoins em julho de 2023. O G20 também informou em fevereiro que o conselho lançaria “um documento de síntese integrando as perspectivas macroeconômicas e regulatórias dos criptoativos” em coordenação com o FMI em setembro.

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