Se 2022 repetir 2021, vai dar bom para o Bitcoin apesar do Fed e do ‘efeito Cazaquistão’

Estados Unidos sinalizaram para aumento da taxa de juros e mineração ficou comprometida por corte da internet no país asiático, mas outros dados recentes são favoráveis ao BTC

O Bitcoin (BTC) comemorou 13 anos na última segunda-feira (3), mas os “presentes” chegaram dois dias depois, nesta quarta-feira (5). Um deles veio dos Estados Unidos, onde uma reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) resultou em más notícias para o mercado financeiro como um todo, incluindo o de criptomoedas. No ‘desembrulho do pacote’ estão o possível aumento na taxa de juros e a confirmação da redução de US$ 30 bilhões em estímulos monetários pelo Federal Reserve System (Fed). A outra “prenda” veio do Cazaquistão, onde a mineração de Bitcoin foi atingida em cheio com o corte da internet supostamente por determinação do governo ditatorial do país asiático, que estaria sob convulsão social. 

 

Apesar da queda que levou o BTC para a casa dos US$ 43 mil, estes mesmos problemas também atravessaram 2021 e, pelo menos no Brasil, foram superados com ampla vantagem pelo Bitcoin em relação a aplicações tradicionais segundo um levantamento recente da consultoria Economatica. 

 

O relatório aponta que a maior criptomoeda do mundo acumulou ganhos de 75,8% em 12 meses. Para se ter uma ideia do que isso representa, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, ficou em 9,26%. O que significa dizer que diversos investimentos tradicionais perderam para alta dos preços no ano passado de acordo com a empresa de análise de investimentos. Um exemplo foi a caderneta de poupança, que rendeu três vezes menos do que a inflação, 3,05%. Resultado que pode ser ainda pior se comparado à alta de 17,78% dos contratos de aluguel. Os números revelam que o BTC teve um desempenho quase 230% superior aos 33,65% da segunda aplicação, o Brazilian Depositary Receipts (BDRx), que são certificados de depósito emitidos no Brasil com valor de ações de empresas listadas em bolsas estrangeiras. 

 

 

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o ano em queda de 11.93%, pior desempenho entre as nove bolsa avaliadas no continente, segundo os dados da Economatica. O desempenho negativo da bolsa brasileira só foi repetido na Colômbia segundo o relatório, apesar disso a queda na bolsa colombiana foi menor, de 1,54% em moeda corrente. Já a Argentina registrou a maior alta, de 63% em moeda original. 

 

Confira a lista por aplicações

Bitcoin: 75,83%;
BDRx: 33,65%;
IGP-M (FGV): 17,78%;
IGP-DI (FGV): 16,28%;
IPC (Fipe): 9,71%;
INP-C (IBGE): 9,36%;
IPCA (IBGE): 9,26%;
Dólar Ptax Venda: 7,39%;
Ouro: 4,43%;
CDI: 4,35%;
Poupança: 3,05%;
Euro: -0,85%;
Ifix: -2,28%;
Ibovespa: -11,93%.

 

Confira a lista por moeda original

 

Merval (ARG): 63%;
S&P 500 (EUA): 27,23%;
Nasdaq (EUA): 22,14%;
Prec y Cotiz (MEX): 20,67%;
Dow Jones (EUA): 18,92%;
IPSA (CHI): 2,94%;
SP/BVL (PER): 1,64%;
MSCI (COL): -1,54%;
Ibovespa (BRA): -11,93%.


Confira a lista em relação ao dólar americano

 

S&P 500 (EUA): 27,23%;
Nasdaq (EUA): 22,14%;
Dow Jones (EUA): 18,92%;
Prec y Cotiz (MEX): 17,10%;
Merval (ARG): 15,98%;
SP/BVL (PER): -7,37%;
IPSA (CHI): -13,89%;
MSCI (COL): -14,37%;
Ibovespa (BRA): -17,98%.

No último mês de dezembro, no entanto, a B3 se rendeu às criptomoedas ao anunciar que lançaria futuros de criptoativos, custodia de cripto, tokenização e negociação de criptos em 2022 e disse que desenvolveria uma estratégia própria este ano para produtos com BTC e diversas outras opções de investimento no mercado de criptoativos. 

 

LEIA MAIS

 

Você pode gostar...