Como funcionam os bots que impulsionam ganhos no mercado de criptomoedas

Bots têm ajudado os traders a acompanharem os movimentos do mercado de criptomoedas com menos riscos e mais lucros.

Desde o início de dezembro, discutimos como as condições macro estão dominando as perspectivas de curto prazo para os mercados de criptomoedas. A crescente incerteza global – começando com a variante Omicron, depois a perspectiva do Fed à medida que a inflação crescia e agora também um potencial conflito entre a Rússia e a Ucrânia – levou a uma crescente correlação entre os mercados.

Particularmente, vimos Bitcoin e as criptomoedas se aproximarem amplamente de ativos de risco, como ações de tecnologia, como já indicaram estudos recentes da Chainalysis e de acordo com estudo da IntoTheBlock (ITB).

Fonte: ITB

A correlação do Bitcoin com a Nasdaq 100 atingiu seu nível mais alto desde abril de 2020. Aqui estão algumas semelhanças e diferenças com essa época no mercado:

Em 2020, os temores do Covid levaram à evaporação dos compradores, à medida que o mundo entrava em recessão e as perspectivas para todos os mercados se tornavam sombrias; então a impressão de dinheiro como uma guerra trouxe um interesse de compra renovado pelo resto do ano e 2021.

Agora que as condições monetárias artificialmente altas estão chegando ao fim, a incerteza está crescendo e o interesse de compra está diminuindo em antecipação a aumentos de taxas e aperto monetário, eis que os estímulos dados pelo Federal Reserve (Fed) estão chegando ao fim, a volatilidade se tornou uma constante em todos os mercados. Não há setor, ou ativo que não esteja sofrendo abalos de incertezas seguidos.

A última vez que o Fed aumentou as taxas foi no quarto trimestre de 2018, onde tanto as ações quanto as criptomoedas caíram. Desta vez, o mercado parece estar antecipando a sensação de que “quebrará algo” e tudo irá de ralo em breve. Há muito medo, incerteza e dúvida (Fear, Uncertainty and Doubt – FUD) entre os investidores.

Esse medo está, portanto, diminuindo os compradores (especialmente aqueles do mundo financeiro tradicional) e elevando as correlações, semelhante ao que ocorreu em 2020.

Por essas razões, o mercado mudou para um regime dominado menos por narrativas e mais por bots, principalmente aqueles que negociam com base em correlações. Pois no momento que os ânimos estão muito acirrados e não se tem certeza de nada, a melhor opção para quem vive do mercado diariamente é tentar automatizar o máximo possível e afastar os vieses emocionais. No gráfico abaixo vemos a correlação do Bitcoin com as ações das Big Techs, em especial com a da Amazon.

Fonte: TradingView

Lucros das empresas de tecnologia direcionando as criptomoedas 

Os mercados tradicionais estão passando por uma temporada de ganhos voláteis e está causando efeitos cascata em todas as criptomoedas.

O Bitcoin caiu 2,6% dentro de uma hora após o relatório de ganhos decepcionante da Meta, que fez as ações da empresa caírem mais de 20%. Uma perda que equivale a ⅓ do PIB brasileiro.

Ontem, as chances estavam a favor do Bitcoin, já que a Amazon superou as expectativas de ganhos, elevando as ações da Amazon à uma alta de 14%, com o Bitcoin subindo 2%, subsequentemente. Em um rali que está se mantendo, visto que o Bitcoin está sendo negociado no momento dessa redação a US$ 41.642.

Essa sequência de eventos é uma evidência do mercado impulsionado por bots atualmente moldando os movimentos de preços de curto prazo.

Mas as criptomoedas não deveriam ser um ativo não correlacionado? Bem, ao longo de um período de anos tem sido assim, especialmente durante as tendências de alta. No entanto, assim que a incerteza começa a afetar a liquidez nos mercados, as criptomoedas tendem a cair, como foi o caso no quarto trimestre de 2018 e março-abril de 2020.

O que vem a seguir  

Embora seja uma incógnita o que acabará acontecendo com a política do Fed e o conflito na Ucrânia, os dados on-chain podem nos ajudar a identificar os principais níveis de preços da atividade de compra e venda no curto prazo.

Fonte: ITB

A partir do gráfico acima, podemos identificar clusters de endereços concentrados em áreas de alta atividade de compra.

Com base nisso, vemos alta resistência em torno de US$ 38 mil, onde 1,27 milhão de endereços compraram anteriormente 835 mil BTC. Se o Bitcoin ultrapassar esse nível, é provável que uma mudança para US$ 42 mil, esteja no horizonte próximo.

Por outro lado, algum suporte pode ser esperado em US$ 35 mil, onde 291 mil BTC foram adquiridos por 714 mil endereços. Se esse nível não se mantiver, o Bitcoin deve revisitar suas baixas recentes.

O momento ainda está no lado de baixa, no entanto, com o dobro de participações de Bitcoin perto do preço atual sendo detidas por endereços que perdem dinheiro em suas posições, ainda pode-se esperar uma reversão do movimento atual e voltarmos à casa dos US$ 39 mil.

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