Homem que forjou próprio sequestro e deu golpe com Bitcoin tem bens bloqueados na Justiça

A Justiça do Distrito Federal deferiu um pedido de bloqueio de bens de empresas e pessoas físicas acusadas em envolvimento de golpe com Bitcoin. Um dos réus chegou a ser preso por forjar o próprio sequestro para não pagar dívidas.

O autor, Phillipe Garcia Ribeiro, realizou um investimento inicial de R$ 60.000. O valor seria investido em Bitcoin e lhe renderia rendimentos mensais. No entanto, conforme revelam os autos do processo, as parcelas nunca foram pagas.

Ele entrou na provável pirâmide financeira em janeiro de 2020. Estão arrolados como réus as empresas SAF – Serviços de Assistência Familiar Ltda, SAF Corporate Participação em Sociedades Ltda, Alpha Consultoria E Treinamentos Em Desenvolvimento Profissional Ltda. Além disso, aparece a Suit Pagamentos S.A.

Além disso, aparecem no polo passivo os respectivos sócios Gesllane Nunes de Souza Azevedo, Jose Carlos dos Santos, David Moreira Santos, Silvana De Jesus Santos e Alexsandro Rodrigues Alves, que ficou conhecido por inventar um sequestro.

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Sequestro forjado

O nome do empresário do mercado financeiro Alexsandro Rodrigues Nunes surgiu no noticiário de Sergipe em março deste ano. Na época, ele relatou à polícia ter sido alvo de sequestro.

Segundo ele, os supostos sequestradores teriam entrado em contato com sua família para pedir senhas de contas de clientes que teriam investido em criptomoeda. A família teria até mesmo recebido fotos de Alexsandro aparentemente sendo torturado.

Os investigadores, no entanto, começaram a duvidar do relato. Embora o saque das contas tivesse sido confirmado, os policiais descobriram que Alexandro teria ido voluntariamente no suposto cativeiro. Ele se hospodeu um hotel, onde provocou hematomas no rosto e até queimaduras no próprio peito para imitar tortura.

Dessa maneira, Alexsandro foi preso em flagrante na própria delegacia após os investigadores descobrirem o golpe. Ele foi acusado de tentar desviar o dinheiro entregue por clientes para aplicação em um investimento fraudulento.

Apesar da diferença no sobrenome, as vítimas do esquema de Bitcoin garantem que Alexsandro Nunes e Alexsandro Alves são a mesma pessoa. Ambos são ligados a Gesllane, sócia-administradora da SAF – Serviços de Assistência Familiar, com capital declarado de R$ 800 mil.

 

R$ 75 mil bloqueados por golpe com Bitcoin

O autor entrou com a ação após descobrir que um dos golpistas havia forjado o próprio sequestro. Ele solicitou o bloqueio judicial dos R$ 60.000 investidos, mais R$ 14.400 de lucros em Bitcoin não sacados.

O juiz Cleber de Andrade Pinto concedeu tutela de urgência até dos rendimentos não honrados, algo incomum em casos similares. O bloqueio soma o total de R$ 74.400.

Diante da prática de atos visando à prejudicar credores, os quais, como se extrai no caderno processual, foram induzidos a fazer investimentos com promessa de retorno financeiro irreal, evidenciando a existência de pirâmide financeira, bem como o comportamento dos sócios denotando tentativa de enganar os investidores, inclusive com sequestro falso, mostra-se possível buscar em seus patrimônios o valor investido pelo autor na empresa de que fazem parte.

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