Comida Halal dos muçulmanos será monitorada com blockchain em acordo entre Brasil e países arabes

Comida ‘aprovada’ pelos muçulmanos, alimentação halal, será monitorada com blockchain em novo acordo assinado pelo Brasil

A alimentação com certificado Halal que no Islã indica que ela é permitida para os muçulmanos será monitorada com o uso de blockchain.

Isso irá ocorrer por meio de uma parceria firmada entre o governo brasileiro e um conglomerado de países árabes durante o segundo dia do Fórum Brasil-Países Árabes.

No evento foi assinado virtualmente o “Memorando de Integração Blockchain Brasil-Árabe” que prevê o uso da tecnologia no processo de certificação da alimentação.

Estiveram presentes, durante a assinatura virtual representantes da câmara de Comércio Árabe Brasileira e presidentes de associações de proteínas animal e certificadoras halal, entre elas a Cdial Halal.

“Este acordo, de fato, nos coloca no patamar das tecnologias do século XXI. Será um trabalho de integralização de sistemas, tanto dos certificadores, ministérios, câmaras de comércio de forma que irá agilizar todo o processo de documentação, proporcionando maior credibilidade para o sistema de certificação halal, maior rastreabilidade de toda a cadeia produtiva e mais credibilidade para o produto brasileiro. Com certeza facilitará os trâmites comerciais”, ressalta Ali Saifi, CEO da Cdial Halal.

Halal

Recentemente o presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, comentou da importante participação brasileira nas exportações para os países árabes, principalmente de carne halal (bovina e de frango).

“Exportamos US$ 4,6 bilhões. Hoje a produção brasileira de proteína halal, que respeita as tradições e regras da religião islâmica, é sinônimo de qualidade e confiança. Por isso, os países árabes podem contar com o Brasil como parceiro estratégico na garantia de sua segurança alimentar”, complementou.

Para os muçulmanos o alimento permitido no Islã, de acordo com as regras de Deus escritas no Alcorão, é denominado Halal, que em árabe significa lícito, autorizado. 

No entanto para que uma comida seja considerada Halal é necessário que siga determinadas regras de fabricação. No caso de carnes, as normas dizem respeito à forma de abate, lembrando que suínos e bebidas alcoólicas estão terminantemente proibidas.

Desta forma, para garantir que os alimentos sigam os procedimentos que os muçulmanos acreditam serem os corretos existem instituições certificadoras, que acompanham os procedimentos de fabricação e abate.

Uma delas é a Cibal Halal (Central Islâmica Brasileira de Alimentos Halal), braço operacional da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS), que atua no Brasil desde 1979.

“Para fazer a certificação, um inspetor vai à indústria, faz o levantamento de todos os produtos que são utilizados e realiza laudos técnicos para comprovar que não existe qualquer ingrediente proibido, principalmente álcool e produtos suínos”, explica Mohamed Hussein El Zoghbi, Diretor Executivo da Cibal Halal.

Blockchain

Desta forma, por meio do memorando de entendimento a proposta é que a certificadora e os produtores nacionais passem a usar a tecnologia para garantir que todo o processo tenha seguido as determinações religiosas para os alimentos.

Ainda durante o Fórum foi anunciado o projeto Halal Brasil, que tem por objetivo divulgar e consolidar a imagem da produção de halal brasileira como a melhor do mundo.

O presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, e o secretário-geral da entidade, Tamer Mansour, apresentaram o projeto ao lado dos líderes de certificadoras, Mohamed Zoghbi, da Fambras Halal, Ali Saif, da Cdial Halal, Chaiboun Darwiche, da SIIL Halal, e Nasser Khazraji, da Alimentos Halal, que serão parceiros da iniciativa.

“O Brasil é o especialista e nós temos que mostrar isso”, disse Hannun. “Hoje o halal é conceito, é estilo de vida. Independentemente da religião, consome halal quem confia em halal”, disse Mansour, ressaltando que a ideia do projeto é transformar o halal do Brasil em uma marca, ao final do processo, e apresentá-lo ao mundo como produto confiável.

Hannun contou que pesquisa da Câmara Árabe feita na pandemia mostrou que a certificação halal ficou mais importante com a covid.

“O halal está indo para os outros mercados, não só os árabes e muçulmanos, porque garante qualidade, governança e respeito”, disse.

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