Hackers atacam Embraer e pedem resgate em criptomoedas
Fabricante brasileira de aeronaves Embraer investiga suposto ataque hacker com ransomware que ocorreu na semana passada, mas só veio à tona agora.
A Embraer foi alvo de um ataque hacker em seus sistemas. A fabricante brasileira de aeronaves confirmou o incidente na madrugada de segunda-feira (30). Até o momento, alguns de seus sistemas seguiam fora do ar. Os supostos invasores teriam pedido resgate em criptomoedas.
O ataque teria ocorrido na semana passada e foi descoberto no dia 25 de novembro, mas só veio à tona agora. A Embraer divulgou o incidente após supostos arquivos interceptados pelos hackers surgirem na web no dia 30.
Segundo apurado pelo jornal O Globo, a empresa foi alvo de ataque de ransomware. Esse tipo de vírus se caracteriza por criptografar arquivos dos computadores afetados, bloqueando o acesso aos donos.
Ataques do tipo costumam resultar em pedido de resgate, geralmente em criptomoedas. De acordo com o jornal, os hackers da Embraer estariam agindo dessa forma. A empresa, porém, nega a gravidade da situação. Até a confirmação do ataque, a equipe de TI tratava a situação como apenas uma “instabilidade no sistema”.
Ao Estadão, a Embraer informou que segue investigando o suposto ataque. Enquanto isso, teria isolado alguns sistemas possivelmente afetados. Como consequência, todos os funcionários em home office ficaram sem acesso à plataforma da empresa.
Por enquanto, dessa maneira, ainda não se sabe se documentos sigilosos teriam sido interceptados. Entre eles poderiam estar, por exemplo, projetos de desenvolvimento de aeronaves e protótipos secretos. Um vazamento de arquivos confidenciais, portanto, afetaria os negócios da empresa.
Ataques hacker com ransomware vêm se tornando rotina no Brasil
O suposto ataque à Embraer vem na esteira de diversos ataques com ransomware no Brasil nas últimas semanas. Embora tenha uma empresa privada como alvo, o malware é da mesma classe que atingiu o STJ há um mês.
Segundo o portal especializado Bleeping Computer, a mesma ameaça já foi utilizada contra diversas companhias, especialmente nos EUA. No entanto, um levantamento da Fortinet mostra que o Brasil vem sendo cada vez mais visado.
Apenas entre janeiro e setembro de 2020, a firma de segurança identificou 3,4 bilhões de tentativa de ataque, com destaque para o DoublePulsar, capaz de instalar ransomware na máquina infectada. Além disso, preocupa o pedido cada vez maior de resgate.
Empresas tentam evitar situações como a da Embraer
Especialistas recomendam novas medidas para prevenir esse tipo de ofensiva contra o setor empresarial. Para Diego Tessarollo, CEO da Simon, uma das soluções é aumentar o investimento em análise preditiva utilizando Inteligência Artificial.
Percebemos que o monitoramento manual das operações de TI não faz mais sentido, uma vez que o ser humano não consegue realizar leituras de dados na mesma velocidade que as máquinas. Hoje, a solução permite que a Inteligência artificial seja viável em qualquer organização, eliminando a necessidade de múltiplas ferramentas.
Diego Tessarollo, CEO da Simon
Ataques virtuais também estão no radar de exchanges de criptomoedas. Recentemente, a BitcoinTrade, por exemplo, anunciou uma nova parceria com a BugHunt, uma plataforma que oferece recompensas a hackers que encontram falhas de segurança.
Daniel Coquieri , COO da empresa, explica que a ideia é se prevenir contra ataques como o que pode ter atingido a Embraer.
Acreditamos que o melhor teste de segurança da plataforma são tentativas de invasão reais por agentes externos. A entrada na plataforma foi por acreditarmos que precisamos de testes constantes de vulnerabilidades e por enxergarmos que esses hackers do bem são nossos parceiros.
Daniel Coquieri , COO da BitcoinTrade
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