Greenpeace intensifica ofensiva contra a mineração de Bitcoin após The Merge
Organização ambiental anunciou novos esforços para a campanha ‘Mude o código, não o clima’ e abriu uma petição pública à Fedelity Investments e outras ‘apoiadoras do Bitcoin’
Embora não tenha contemplado as expectativas mais otimistas relacionadas a uma possível valorização do Ethereum (ETH), pelo menos por enquanto, The Merge (fusão) favoreceu novas ações por parte da Organização Ambiental Greenpeace, depois que a rede líder dos contratos inteligentes abandonou o mecanismo de prova de trabalho (PoW), que necessita de poder computacional para a validação das transações e, consequentemente, gasto energético, e adotou o mecanismo de prova de participação (PoS), no último dia 15.
Na ocasião, o Greenpeace anunciou um investimento de US$ 1 milhão em uma campanha publicitária para pressionar os investidores de Bitcoin (BTC) como forma de favorecerem possíveis alterações no código da criptomoeda, que utiliza a prova de trabalho. O investimento anunciado pelo Greenpeace está concentrado em duas frentes, uma delas é a intensificação de anúncios online da campanha “Mude o código, não o clima”, lançada em março deste ano.
A outra iniciativa é uma petição pública pedindo que a Fedelity Investments, uma corporação global de investimentos, também se junte ao movimento para pressionar a mudança de protocolo do BTC, já que The Merge representou uma redução de 99,95% no gasto de energia do Ether. No documento, o Greenpeace argumentou que:
“A Fidelity Investments promove negócios em Bitcoin há anos e está planejando oferecer amplamente o Bitcoin como uma opção em seus fundos 401(k) este ano. Até o momento, a Fidelity ignorou a crescente pegada climática do Bitcoin. É hora de dizermos à Fidelity: nosso planeta não pode se dar ao luxo de uma aposentadoria antecipada.
Aja agora: diga à CEO da Fidelity, Abigail Johnson, para se juntar ao nosso apelo para que o Bitcoin mude seu código para usar menos energia!”
Além da Fidelity, a campanha tem como alvo outros grandes players do Bitcoin, como o PayPay e a Block, criada pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey.
“A Ethereum provou que é possível dar o salto e mudar seu protocolo para um método menos intensivo em eletricidade, mudando para a prova de participação e reduzindo drasticamente seu uso de energia e a poluição de gases de efeito estufa associada a protocolos sujos, como prova de trabalho.
É hora de o Bitcoin e seus maiores investidores tomarem medidas semelhantes para reduzir sua forte dependência de redes elétricas sujas e fontes baratas de energia de combustível fóssil – ou correm o risco de ser a criptomoeda do passado”, declarou o presidente do Environmental Working Group, Ken Cook.
O diretor do Greenpeace nos EUA, Rolf Skar, ressaltou que as empresas que lucram com o Bitcoin, como a Fidelity Investments, a BlackRock, o Paypal e a Block, têm a responsabilidade de ajudar a construir um “Bitcoin melhor.”
“Estamos em uma crise climática e todos têm a responsabilidade de agir. Com a mudança do Ethereum para um protocolo com eficiência energética, é hora do bitcoin mudar”, justificou.
O diretor da campanha “Mude o código, não o clima”, Michael Brune, também citou a mudança da rede Ethereum para pressionar a mudança de protocolo do BTC ao dizer que:
“Com incêndios em todo o mundo e inundações históricas destruindo vidas e meios de subsistência, líderes estaduais e federais e executivos corporativos estão correndo para descarbonizar o mais rápido possível. O Ethereum mostrou que é possível mudar para um protocolo de eficiência energética com muito menos poluição do clima, do ar e da água. Outros protocolos de criptomoedas operam em mecanismos de consenso eficientes há anos. O Bitcoin se tornou o outlier, recusando-se desafiadoramente a aceitar sua responsabilidade climática.”
A mudança promovida pela rede Ethereum também ganhou apoio em declarações do diretor sênior de energia e clima da PennFuture, Robert Altenburg, e de Lane Boldman, diretor executivo, do Comitê de Conservação de Kentucky.
Embora tenha representado uma economia energética, The Merge também fez a rede Ethereum mais centralizada com flashbots respondendo por 82% dos blocos de retransmissão, conforme noticiou o Cointelegraph.
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